TECHNIBUS – Qual o objetivo da Mastercard ao patrocinar o Prêmio EMV no Transporte?
Fernanda Caraballo – O Prêmio EMV no Transporte foi criado para promover iniciativas de modernização da experiência de pagamento no transporte público no Brasil, dando visibilidade e reconhecimento às operações que lideram a adoção do modelo de pagamentos abertos, que permite o pagamento com cartões de débito e crédito diretamente nas catracas e validadores. Ao destacar os casos de sucesso, buscamos compartilhar boas práticas e incentivar que novos operadores ofereçam essa facilidade aos seus clientes. Por isso, organizamos a premiação em duas categorias: operações com mais de 400 mil viagens com cartões de débito e crédito no mês e operações com menos de 400 mil viagens com esses meios de pagamento. Mais do que celebrar pioneiros, a iniciativa reconhece padrões de excelência — como alta taxa de aprovação, experiência de embarque fluida e comunicação clara ao usuário — estimula a colaboração entre operadores, adquirentes e empresas de bilhetagem e reforça a agenda de inclusão financeira e modernização dos serviços públicos, com impacto direto na qualidade de vida nas cidades. Em síntese, o Prêmio EMV no Transporte reconhece quem já colhe resultados, inspira quem avalia implantar e evidencia o pagamento com cartões de débito/crédito no transporte como motor de inclusão, eficiência e crescimento.
TECHNIBUS – Qual a importância da ampliação dos pagamentos com cartões de crédito e débito (EMV) no transporte coletivo? Quais as vantagens para o operador e para o passageiro?
Fernanda Caraballo – O objetivo é trazer mais conveniência e segurança para o passageiro, facilitando a experiência de pagamento no transporte público e atraindo assim novos usuários. Para os operadores, os ganhos aparecem na redução de custos operacionais — menor dependência de emissão e gestão de cartões próprios, queda no manuseio e transporte de numerário e racionalização de redes de recarga —, na eficiência da operação, com embarque mais rápido, viagens mais regulares e alívio nas bilheterias, e na segurança, com menos riscos associados ao dinheiro físico. Soma-se a isso a atração de novos usuários, que passam a utilizar um meio que já possuem (cartão ou carteira digital), reduzindo fricções de adesão e ampliando a base de pagadores. Para os passageiros, o valor está na conveniência: menos filas e tempo de embarque, uso de métodos familiares como cartão de débito e crédito e celular, relógio ou pulseiras com pagamento por aproximação, sem cadastros complexos, e acesso facilitado para usuários esporádicos e turistas que não dispõem de cartões locais de transporte. Importante destacar que a expansão do EMV convive bem com as políticas públicas — gratuidades, meia-tarifa e programas sociais continuam sob gestão dos órgãos competentes, enquanto o EMV se soma como mais um meio de pagamento.
TECHNIBUS – Como o pagamento via EMV tem evoluído no transporte coletivo brasileiro nos últimos anos?
Fernanda Caraballo – A evolução tem sido acelerada. Saímos de pilotos pontuais para uma adoção em escala nacional, com pagamentos via cartões de débito e crédito habilitados em mais de 30 sistemas de transporte público do país, em cidades de todos os portes e todas as regiões do país. Em 2025, o uso de cartões Mastercard no transporte continua a crescer de forma consistente. Observamos um aumento de 52% no primeiro semestre de 2025, quando comparado ao primeiro semestre do ano anterior. A experiência do passageiro também evoluiu, com validação por aproximação em menos de um segundo e comunicação clara no ponto de embarque. Paralelamente, o ecossistema amadureceu: adquirentes, processadores, fabricantes de validadores e empresas de bilhetagem estão preparados para a implantação do EMV. A popularização do pagamento por aproximação no varejo também tem impulsionado a adoção dessa forma de pagamento no transporte coletivo dado que a população já está habituada a essa forma de pagamento.
TECHNIBUS – Como o Brasil está posicionado neste tema em relação a outros mercados, em especial da América Latina?
Fernanda Caraballo – O Brasil é referência regional em aceitação de cartões EMV no transporte coletivo, tanto em número de cidades habilitadas e volume de transações quanto em maturidade operacional. Essa posição se explica por uma base de emissores (bancos, fintechs) e adquirentes altamente preparada para pagamentos por aproximação, por fornecedores locais de bilhetagem e validadores certificados e integrados com atores da cadeira de pagamentos, por operadores abertos à inovação e por políticas públicas que apoiam e incentivam a digitalização. A bancarização da população, a alta adoção de carteiras digitais e o alto uso cotidiano do pagamento por aproximação completam esse quadro. O resultado é um país que vem na vanguarda desse movimento na América Latina, servindo de vitrine e de modelo replicável para outros mercados.
TECHNIBUS – Na sua visão, quais as dificuldades para uma maior participação deste tipo de pagamento no Brasil? E como a Mastercard tem atuado para superar essas dificuldades?
Fernanda Caraballo – Os principais desafios passam por custo de implantação, pela gestão de risco adequada e pela comunicação aos usuários, garantindo que a população saiba que pode pagar a tarifa com cartões bancários, inclusive por meio de dispositivos móveis (celulares), de maneira simples e segura. Para endereçá-los, a Mastercard atua em frentes complementares, apoiando os vários atores desse ecossistema. Oferecemos padrões, guias de melhores práticas e suporte técnico para acelerar implementações com qualidade. No dia a dia, apoiamos a estruturação da gestão operacional de indicadores ligados a esse novo meio de pagamento, ajudando a monitorar e otimizar a performance das operações. Por fim, apoiamos na divulgação aos usuários dessa nova opção de pagamento, seja com materiais no ponto de embarque quanto com campanhas digitais, fomentando a experimentação e o uso recorrente do pagamento por aproximação no transporte.
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