A indústria de autopeças registrou em setembro a exportação de US$ 792,8 milhões, montante 16,3% superior a agosto deste ano, quando os embarques atingiram US$ 681,4 milhões. Na comparação com os US$ 805,2 milhões exportados em setembro de 2024, a redução foi de 1,5%, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
No acumulado de janeiro a setembro deste ano, os embarques totalizaram US$ 6,2 milhões, com aumento de 6,7% em relação aos nove meses de 2024, que atingiram US$ 5,8 milhões. Apesar do desempenho positivo, o cenário externo continua marcado por incertezas, especialmente em relação a 2026, segundo o Sindipeças. Como ponto de atenção, o sindicato destaca a Argentina, responsável por mais de 38% das exportações brasileiras de autopeças até setembro, que totalizaram 2,3 bilhões, aumento de 21,4% na comparação com igual período de 2024.
Segundo o Sindipeças, mesmo com a recuperação econômica e a melhora recente dos indicadores fiscais e inflacionários, refletida no aumento acumulado de mais de 20% das exportações de autopeças brasileiras para o país vizinho, as tensões políticas e cambiais elevam as incertezas sobre a capacidade do governo de dar continuidade ao programa de reformas econômicas, o que aponta para o risco de desaceleração no próximo ano.
George Rugitsky, diretor de economia e mercados da Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças) e Sindipeças, esclareceu que o aumento de 21,4% nas exportações de autopeças para a Argentina ocorreu porque a aquele país está com o mercado automotivo bastante aquecido. “A maior parcela de autopeças que abastece as montadoras na Argentina é produzida no Brasil e, como elas ativaram a produção de veículos no país vizinho, compraram mais autopeças brasileiras. Mas, não sabemos como ficará o país no próximo ano”, comentou Rugitsky.
O Sindipeças cita também que as sobretaxas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros devem afetar o desempenho externo do setor por algum período, a menos que as negociações bilaterais tragam mudanças significativas no curto prazo. Embora o país ainda se mantenha como o segundo principal destino das exportações de autopeças, observa-se queda acumulada de 10,2% nos embarques, de US$ 1,02 bilhão de janeiro a setembro de 2024, para US$ 923,9 milhões nos nove meses de 2025.
O diretor do Sindipeças comentou que grande parcela de exportações de autopeças para os Estados Unidos é para veículos pesados. “Como esta queda é anualizada e o tarifaço veio no meio do ano, existe uma tendência dessa retração aumentar”, disse Rugitsky.
Importações
As importaçõespermanecem em patamares muito superiores, totalizando US$ 2,2 bilhões em setembro, 2,3% superior a agosto deste ano (US$ 2,16 bilhões) e 23,0% acima de setembro do ano passado, quando atingiu US$ 1,8 bilhão.
No acumulado de janeiro a setembro deste ano, as importações somaram US$ 18,01 bilhões, superando em 16,1% os US$ 15,5 bilhões importados nos nove meses de 2024. Com este resultado, o déficit das autopeças chegou a US$ 11,7 bilhões até setembro, aumento de 21,7% sobre o saldo negativo de US$ 9,6 bilhões registrados de janeiro a setembro do ano passado.
No caso das importações, o Sindipeças destaca a forte e crescente presença da China, impulsionada pela valorização do real e pela reorientação geográfica do comércio em meio ao acirramento da guerra comercial entre China e os Estados Unidos, algo que tende a se manter em 2026.
Como principal origem das autopeças importadas, a China responde por 18,4% do total importado pelo setor automotivo brasileiro e registra alta de 19,6% no acumulado do ano, com o total de US$ 2,90 bilhões. Em setembro, as empresas importaram US$ 412,4 milhões da China, aumento de 20% em relação a setembro de 2024, e a participação foi de 18,6%, segundo o Sindipeças.
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