Debates sobre os rumos da mobilidade urbana e o papel das políticas públicas no transporte de pessoas marcaram o Mobility Day, evento promovido pela Alstom na manhã da última quarta-feira (8), no Hotel Renaissance, em São Paulo. A iniciativa, que reuniu autoridades, especialistas e executivos do setor, celebrou os 70 anos de presença da empresa no Brasil e reforçou seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento sustentável.
A diretora-geral da Alstom Brasil, Suely Sola, abriu o encontro destacando que as sete décadas de atuação da companhia no país representam um marco de resistência e inovação. Ela lembrou que, exatamente em 8 de outubro de 1956, houve o lançamento da pedra fundamental da fábrica da Alstom em Taubaté (SP), com a presença do então presidente Juscelino Kubitschek, que qualificou a iniciativa como símbolo do progresso industrial nacional.
Relevância
Suely Sola ressaltou a contribuição da empresa para a modernização do transporte urbano. Uma publicação distribuída no encontro mostrou uma série de dados que indicam a relevância da empresa no contexto do conjunto dos sistemas metroferroviários do país.
Um exemplo está no fato de o Brasil contar com 1.133 km de linhas de trens de passageiros e a Alstom estar presente em dois terços delas. Além disso, mais de 6,6 milhões de pessoas são transportadas diariamente com soluções da empresa – segundo cálculos baseados em dados da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).
Sobre a cadeia produtiva da empresa, a publicação aponta a existência de 860 fornecedores, dos quais 660 (77%) são fornecedores locais, que respondem por 59% dos pedidos da Alstom Brasil, sendo 49% “materiais diretos” (utilizados em material rodante e sinalização) e 51% em “materiais indiretos” (outros).
Polo estratégico
O vice-presidente da Alstom para a América Latina, Bernard Peille, afirmou que o Brasil ocupa posição estratégica nas operações globais da empresa. Segundo ele, a unidade de Taubaté está entre as dez maiores fábricas da Alstom no mundo e responde por soluções que impactam toda a América Latina e outros continentes.
Peille informou que, em 2024, a companhia investiu R$ 125 milhões no país e firmou contratos que somam cerca de € 800 milhões na região. Destacou ainda a liderança brasileira em engenharia e sinalização, bem como o compromisso global do grupo com a descarbonização, a inclusão e a inovação tecnológica.
Cooperação
A cônsul-geral da França em São Paulo, Alexandra Mias, também participou da abertura, ressaltando a coincidência entre os 70 anos da Alstom no Brasil e os 200 anos de relações diplomáticas entre França e Brasil. Ela destacou o papel da empresa como referência internacional em mobilidade sustentável e inovação industrial, mencionando projetos emblemáticos como o VLT Carioca, os trens das linhas 8 e 9 da CPTM e a Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo.
Mias enfatizou o investimento contínuo da Alstom em capacitação profissional e empregos qualificados, reafirmando o compromisso francês com o desenvolvimento sustentável e a cooperação bilateral.
Pessoas
A publicação com dados atualizados da Alstom mostra que a empresa conta no Brasil com 1.471 funcionários, sendo 1.212 homens e 259 mulheres. Há 166 líderes, dos quais 126 são homens e 40 mulheres. O quadro de engenheiros é composto por 217 profissionais, sendo 203 homens e 14 mulheres.
Foram também divulgados dados a respeito das oportunidades de desenvolvimento profissional que a Alstom oferece como parte de suas atividades regulares. Hoje, atuam na empresa 34 aprendizes (110 nos últimos cinco anos) e 78 estagiários (196 nos últimos cinco anos). São desenvolvidas mais de 47.800 horas de treinamento por ano. Os projetos comunitários alcançaram 17.527 pessoas desde 2020, contando com investimentos da ordem de 848 mil euros no período.
Debates temáticos
A programação do Mobility Day incluiu três painéis temáticos, que abordaram os desafios e oportunidades para o futuro da mobilidade urbana no Brasil. O primeiro, intitulado “O caminho para uma mobilidade urbana descarbonizada e inclusiva”, foi coordenado por Ana Patrizia Lira, diretora-executiva da ANPTrilhos. Participaram Pedro Sutter (Motiva), Véronique Andriès (Alstom), Tomas Anker (International Finance Corporation – IFC) e Ricardo Sanchez (Acciona). O debate tratou de modelos de financiamento sustentável, inovação tecnológica e inclusão social no transporte coletivo.
O segundo painel, “Como atender à necessidade de investimento em mobilidade urbana no Brasil”, teve coordenação de Suely Sola e reuniu Júlio Castiglioni (presidente do Metrô de São Paulo), Roberto Garibe (secretário-adjunto do PAC do governo federal), Luciene Machado (superintendente de concessões e PPPs do BNDES) e Augusto Almundin (diretor da Companhia Paulista de Parcerias). Os participantes focalizaram a importância de parcerias público-privadas e de políticas de longo prazo para garantir previsibilidade aos investimentos.
Encerrando o evento, o painel “Mobilidade urbana: oportunidade para fomentar inovação e gerar empregos” foi conduzido por Eric Farcette, diretor comercial e de relações governamentais da Alstom Brasil. Participaram Thierry Besse (Vinci Concessions e Câmara de Comércio França-Brasil), Pedro Marques (BNDES), Jorge Lima (secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo) e Vicente Abate (presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária – Abifer). O debate ressaltou o potencial da mobilidade como motor de crescimento econômico e vetor de inovação industrial.

em mobilidade urbana no Brasil” (Divulgação)
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