Águia Branca planeja expandir laboratórios de medicina do sono em 2026

Segundo o superintendente da companhia, a medida integra um modelo de segurança que se tornou referência nacional no transporte de passageiros e cargas

Aline Feltrin

Com objetivo contínuo de aprimorar a segurança, a Viação Águia Branca pretende ampliar sua estrutura de laboratórios de medicina do sono no próximo ano, como revelou Roner Carlos Chieppe, superintendente de operações da empresa, em entrevista ao portal Technibus, durante o Congresso SAE Brasil, realizado nesta terça-feira (7). Em São Paulo, por exemplo, o número de laboratórios passará de dois para cinco ainda em 2026, reforçando a estratégia da companhia de colocar a ciência e o cuidado humano no centro da gestão de segurança viária.

“A ampliação dos laboratórios aumenta a nossa capacidade de fazer os processos de admissão e fazer os processos anuais. Além de São Paulo, isso vai se replicar em outros locais. Itabuna (BA) também tem projeto de criação de um laboratório de medicina do sono”, informou o executivo.

A medida integra um modelo de segurança que se tornou referência nacional no transporte de passageiros e cargas — e que transformou o conceito de “frota segura” em um sistema vivo, baseado em cultura, dados e comportamento. “Segurança não é uma meta, é um valor. Está em tudo o que fazemos”, reforça Chieppe.

“A nova frota que chegará no ano que vem terá tudo que a tecnologia permite em termos de segurança, como sensor de faixas e outros sistemas. A renovação da frota é uma constante na empresa, bem como treinamento, revisão dos processos da telemetria e adoção de novas tecnologias”, contou Chieppe. Os investimentos em segurança ficam entre R$ 10 e R$ 11 milhões por ano.

Valor inegociável

Com 79 anos de história, o Grupo Águia Branca consolidou uma cultura em que a segurança é tratada como valor inegociável. O modelo atual é resultado de uma jornada iniciada ainda nos anos 1990, com a estruturação dos primeiros processos internos e a criação de programas pioneiros no transporte rodoviário brasileiro.

Em 1997, a empresa estruturou sua área de segurança de forma independente; em 2000, criou o programa Bafômetro, voltado à percepção de riscos; e, em 2003, iniciou o programa de Medicina do Sono, que hoje realiza cerca de 15 mil polissonografias e mais de mil análises de cronotipo por ano.

A partir de 2011, a companhia implantou telemetria embarcada e um Centro de Controle Operacional (CCO), que monitora em tempo real 100% da frota. Em 2015, foi pioneira na adoção do exame toxicológico e, em 2020, passou a enfatizar a gestão comportamental como ferramenta essencial para a prevenção de acidentes. O reconhecimento veio com a certificação ISO e o Prêmio Top Ouro 2023, que consagrou a Águia Branca como referência em segurança viária no Brasil.

Em 2024, foi fundada a WeSafety dentro do Grupo Águia Branca, com o objetivo de oferecer segurança viária para empresas de transporte de passageiros e de cargas, conectando tecnologia, gestão e conhecimento técnico. “O projeto WeSafety vem mais forte em 2026, com maior aprimoramento dentro das verticais de tecnologia e consultoria”, disse o executivo.

Antes, durante e depois da viagem

O protocolo de segurança da Viação Águia Branca é estruturado em três fases complementares. Antes da viagem, cada motorista passa por exames de sono, checagem médica e análise do ritmo biológico, que orienta a escala de trabalho. Os veículos passam por inspeções completas e as garagens oferecem dormitórios equipados e alimentação balanceada, garantindo repouso e energia adequados.

Durante a viagem, gestores e instrutores acompanham em tempo real o comportamento dos motoristas a partir do CCO. Uma medida singular é a parada obrigatória entre 2h e 5h da manhã nas Salas de Estimulação, onde os condutores realizam exercícios cognitivos e recebem alimentação leve em ambiente controlado.

Essa iniciativa reduziu em 40% os casos de sonolência ao volante, segundo a empresa. Ao término da jornada, testes eletrônicos de fadiga avaliam o nível de atenção e concentração dos profissionais. Os resultados alimentam os sistemas de dados que embasam os treinamentos e as correções de rota comportamentais.

A frota da Águia Branca está equipada com câmeras inteligentes dotadas de inteligência artificial capazes de identificar, em tempo real, comportamentos de risco como uso de celular, não utilização do cinto de segurança, sinais de fadiga, fumar ao volante e ultrapassagens proibidas.

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