Paulo Corso, diretor comercial da Busscar: “Mesmo com os problemas, conseguimos aumentar a produção em 2025”

A encarroçadora, que participa do Evento Fretamento 2025, deve fechar o ano com 1.100 unidades produzidas e chega aos 79 anos com perspectivas de crescimento

Márcia Pinna, de Foz do Iguaçu

TECHNIBUS – A Busscar acaba de completar 79 anos. Quais foram os principais marcos dessa trajetória?

Paulo Corso – A Busscar fez um sucesso muito grande até cerca de 10, 12 anos atrás, quando teve dificuldades e acabou falindo. Então, neste interim, o Grupo Caio comprou a massa falida da Busscar e a reabriu. E nós estamos há cerca de sete anos desenvolvendo essa empresa. Começamos com um produto que basicamente que já vinha do modelo tradicional da marca, e agora, desde o ano passado, a gente redesenhou a linha e estamos com esses modelos novos da família NB1, os novos Busscar. Então, todos esses marcos na história vêm fazendo com que a Buscar se mantenha no mercado. Com a nossa administração junto com o Grupo Caio, nós pretendemos fazê-la crescer bastante.

TECHNIBUS – Como estão as vendas da nova família NB1?

Paulo Corso – Nós lançamos essa linha há um ano e meio, os modelos de motor traseiro baixo. E esse ano, nós começamos a produzir o Double Decker. A princípio, estamos vendendo bem, nós estamos com a nossa linha completa até o final do ano. Quer dizer, a gente não tem dificuldades até o final do ano pra cumprir nossos compromissos. Nós devemos fabricar esse ano em torno de 1.100 unidades, que é um pouco a mais do que nós produzimos em 2024. E vamos ver como é que vai ser o mercado pro ano que vem. Este ano, está tudo bem, por enquanto: o turismo está razoável, as linhas regulares também, e o fretamento veio bem até aqui. Então, os três segmentos regem as encarroçadoras estão bem.

TECHNIBUS – O ano de 2025 tem sido favorável à Busscar?

Paulo Corso – Esse ano foi relativamente bom para para Busscar, porque a gente conseguiu produzir em torno de 1.100 unidades. Então, houve crescimento em relação ao ano passado. Continuam as dificuldades de sempre como as taxas de juros, e falta de mão de obra, enfim essas coisas que todo mundo enfrenta. Os problemas mais ou menos se repetem ao longo do tempo. Mas, dentro desses problemas todos, a gente conseguiu aumentar um pouquinho a nossa produção.

TECHNIBUS – Qual a expectativa para o ano que vem?

Paulo Corso – Um pouco incerta porque essa taxa de juros tão alta tem afugentado um pouco o cliente, porque a maioria dos clientes de ônibus rodoviário não compra um ônibus à vista. Um ônibus tem um valor alto, não tem como tirar do caixa o dinheiro para pagar à vista, então todos fazem algum tipo de financiamento, e os financiamentos tão bem altos, devido aos juros. Se isso persistir para ano que vem, acho que a gente pode ter uma queda, uma desaceleração do mercado. Se as empresas começam a demitir funcionários, já há algum movimento nesse sentido, isso começa a atrapalhar o setor de fretamento contínuo. São coisas que podem nos preocupar, mas acho que ainda é cedo para dizer, pois nós não terminamos o ano, ainda restam mais três meses pela frente. Vamos ver como será política do governo nesses últimos três meses. Pode ser que melhore e a gente nem precise falar deste tema no ano que vem.

TECHNIBUS – E como estão as vendas do Double Decker. Tem havido maior demanda pelo 8×2 ou pelo 6×2?

Paulo Corso – Na verdade, isso é um uma mistura. Hoje na área de turismo vendemos mais 8×2. Na área de empresas de linha regular, é um misto de 8×2 com 6×2. E na exportação, que é que é basicamente para Peru, Argentina e Chile é basicamente 6×2, então é um misto neste tipo de plataforma. O turismo que precisa ser um produto mais chamativo prefere 8×2 e nas linhas rodoviárias onde tem estradas com mais declives também a preferência é pelo 8×2 porque ele é um veículo um pouco mais seguro em frenagens. Mas se a rota é mais tranquila, que não tem muita serra, ele pode optar por um 6×2, que é mais econômico.

TECHNIBUS – Para o mercado externo, quais modelos da linha Busscar têm maior procura?

Paulo Corso – O nosso produto mais de mais destaque na exportação é do Double Decker, e também os Vissta Buss 365 e Vissta Buss 345. Esses três produtos são os que mais vendem para exportação. Diferentemente do Brasil, não se vende muito motor dianteiro para o mercado externo. No mundo de ônibus do Brasil, o turismo prefere o Double Decker que chama mais atenção do passageiro e tem maior capacidade de transporte de passageiros, o que dilui os custos.

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