Clever Devices centraliza operações em novo escritório na avenida Paulista

Nova sede reúne equipe ampliada para projetos no Brasil e América Latina, em especial um grande projeto de ITS para a SPTrans

Alexandre Asquini

Em 25 de setembro, a Clever Devices realizou um evento para apresentar a clientes e parceiros suas novas instalações na avenida Paulista, em São Paulo, que passam a concentrar as operações da empresa no Brasil e na América Latina. O encontro contou com a presença de Monica Malhotra, diretora de operações internacionais da companhia.

Maurício Corte, vice-presidente de contas estratégicas para a América Latina, explicou que a mudança atende à necessidade de ampliar a equipe e organizar as operações em um espaço próprio, estruturado para suportar projetos de grande porte na região.

Com 35 anos de existência, a Clever Devices oferece a sistemas de ônibus soluções em comunicações, controle de operações, gerenciamento de veículos e garagem, informação aos passageiros em tempo real, inteligência empresarial, manutenção de frota, planejamento e programação, segurança e proteção.

Presente no Brasil desde 2011, a empresa venceu recentemente a licitação para implantação de um sistema voltado ao monitoramento e à gestão operacional da SPTrans (São Paulo Transporte S/A), responsável pelo transporte público por ônibus no município de São Paulo — considerado o maior projeto de ITS do mundo.

Uma vez efetivado o contrato com a SPTrans, surgiu a necessidade de ampliação da equipe. Agora, 45 engenheiros passam a atuar no novo escritório, que ocupa 330 metros quadrados, incluindo a diretoria, instalações para as diferentes áreas da engenharia, laboratório, uma sala de demonstração de projetos (demo room) — onde é possível simular o funcionamento de um centro de controle — e áreas de reuniões.

Antes da inauguração do novo escritório, a Clever Devices dividia instalações em outro edifício da Avenida Paulista com a Prodata Mobility. Corte explica que, tendo em vista o projeto da SPTrans, a localização central facilita o deslocamento às garagens das operadoras de ônibus, situadas em regiões periféricas, e o acesso pelo metrô agiliza a movimentação das equipes.

Ele lembra, no entanto, que a nova sede foi projetada para comportar outras operações no Brasil e projetos em outros países da América Latina. Além de São Paulo, a empresa tem iniciativas na cidade paranaense de Londrina, em Santiago do Chile, e em Cartagena e Bogotá, na Colômbia. Equipes de desenvolvimento de engenharia nos Estados Unidos dão suporte às equipes locais, principalmente para o desenvolvimento do projeto SPTrans.

Projeto para a SPTrans

O projeto em desenvolvimento na capital paulista integra todo o sistema de transporte público, exceto o hardware, fornecido por outras empresas. A Clever Devices é responsável pelo software e pelos protocolos de comunicação entre os equipamentos embarcados e os centros de controle.

O sistema opera em dois níveis: o centro de controle da SPTrans, que supervisiona toda a operação, e 24 Centros Operacionais de Controle (COC) das empresas operadoras, todos interligados. O fornecimento inclui planejamento estratégico, análise de demandas, planejamento operacional e controle diário do sistema.

Corte explica que o projeto envolve uma cadeia completa: do planejamento estratégico à operação e supervisão. Os algoritmos utilizados trabalham aprendendo a operação, embora ainda não se trate de inteligência artificial. O sistema terá evolução contínua ao longo de 10 a 15 anos.

São Paulo entra agora em seu primeiro momento de ITS de grande escala, após atraso de mais de uma década em relação a cidades como Nova Iorque, Washington, Paris e Londres, onde soluções similares já estão em segunda ou terceira geração.

O sistema é projetado para suportar mobilidade como serviço (MaaS), integrando outros modos de transporte e possibilitando expansão metropolitana. A experiência da empresa em Nova Jersey, Estados Unidos, demonstra que sistemas modais integrados podem operar em larga escala, contemplando toda a região metropolitana.

O transporte público em São Paulo movimenta cerca de sete milhões de passageiros por dia, muitas vezes em corredores compartilhados com veículos particulares. A falta de segregação de faixas limita a eficiência do sistema.

Segundo Corte, sistemas ITS maduros aumentam a confiança do usuário, permitindo planejamento de horários e trajetos. Quando o passageiro sabe que seu ônibus cumprirá o trajeto no tempo esperado, a demanda tende a crescer. Ele destacou ainda a experiência das equipes da SPTrans e das operadoras: “Os profissionais trabalham em condições complexas e conseguem manter o sistema funcionando com recursos limitados”, afirmou.

Acompanhe o Canal Technibus no WhatsApp e fique por dentro das principais notícias e novidades do mundo do Transporte Coletivo e da Mobilidade.

Veja também