Em 1997, o 30º Concurso de Pintura de Frota premiava os melhores projetos do ano

Outro tema importante abordado pela 39ª edição da Technibus eram as dificuldades enfrentadas pelo segmento de transporte rodoviário de passageiros à época

Marcia Pinna

A 39ª edição da Technibus, de dezembro de 1997, trazia os projetos vencedores do 30º Concurso de Pintura de Frotas e Comunicação Visual, promovido pelas revistas Technibus e Transporte Moderno. Naquele ano, a grande premiada foi a Viação Normandy do Triângulo. O júri também atribuiu menções honrosas para a Auto Viação 1001, do Grupo JCA, com um trabalho desenvolvido pela Missemota Arquitetura & Design, e para a OK Turismo, de São Paulo, com um projeto assinado por Selma Aparecida Bueno.

Para marcar o 30º ano do concurso, os jurados elegeram os destaques da segunda e terceira década. “Ao final da análise, os jurados indicaram a pintura da São Geraldo como a melhor da segunda década do concurso e a da empresa de ônibus Tucuruvi como a mais expressiva nos últimos dez anos, com as seguintes explicações: há um grande equilíbrio entre a logomarca e as cores; o design tem força de expressão, já que comunica muito bem a utilidade do veículo”, informava a reportagem.

Em 2025, o concurso continua sendo uma referência para todo o setor. As inscrições para a 56ª edição do tradicional evento estão abertas e terminam em 28 de outubro. E mais uma vez serão escolhidos os trabalhos que mais se destacam nos segmentos de rodoviário de passageiros, metropolitano de passageiros e transporte de cargas.

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Viação Normandy foi a grande vencedora em 1997 (Reprodução)

Rodoviário

Mas, voltando a edição de 1997 da Technibus, um dos principais temas abordados eram as dificuldades enfrentadas pelo segmento de transporte rodoviário de passageiros à época. O cenário era bem diferente do atual, em que a procura pelas viagens de ônibus está crescendo devido aos altos custos das passagens aéreas e a melhoria dos serviços das empresas do setor.

O editor-chefe, Ariverson Feltrin, alertava em seu editorial sobre a fuga de passageiros, e destacava as iniciativas para reverter essa situação nos anos 90:

“Vem caindo o movimento de passageiros transportados nas linhas rodoviárias, como revelam as estatísticas. A queda em relação ao ano passado está atingindo 10% nos embarques, fato determinado por um conjunto de influências, desde a recessão econômica que traz o desemprego até o avanço do transporte individual, determinado pelas facilidades de financiamento e dos preços relativamente baixos da gasolina. Para combater a queda no número de passageiros, algumas empresas de ônibus elegeram medidas alternativas para atenuar os efeitos. No elenco de providências está o uso da carroceria com 14 m de comprimento, como forma de conciliar o aumento de passageiros por veículo com o conforto para o usuário através do maior espaçamento entre as poltronas. O ar-condicionado, um equipamento cada vez mais utilizado, é outra forma de atrair e conservar o cliente.”

A 39ª edição da Technibus apresentava cases de empresas que estavam investindo em qualidade e serviços diferenciados para conquistar os passageiros. Uma delas era a Real Expresso. “Quem quer qualidade precisa estar com os ouvidos abertos ao cliente. Neste sentido, a Real é pioneira na ação do
ombudsman, o ouvidor das queixas e sugestões dos usuários.”

Outra iniciativa, bastante inovadora para a época era a entrega de passagens em domicílio. A ainda a “venda do bilhete através de cartões de crédito e ponto de parada diferenciada — o Posto Antares, em Uberaba, por exemplo — são outras ações que causaram impacto positivo aos clientes.”

Outros assuntos

A Technibus 39 trazia ainda reportagens sobre o lançamento da segunda geração de de ônibus a gás da Mercedes-Benz. “Dez anos após iniciar a fabricação em série do seu primeiro motor a gás natural, a Mercedes-Benz lança o ônibus OH-1621 L Gás, que polui menos, faz menos barulho e é mais confortável”, informava a publicação.

Outro destaque era o aumento da demanda por micro-ônibus. “Um produto execrado durante décadas pelo mercado, o micro-ônibus, de repente, por obra da competição imposta pelos perueiros, teve seus números de produção colocados em destaque. De janeiro a novembro de 1997 os encarroçadores associados da Fabus produziram 1.276 micro-ônibus, 164,7% de crescimento em cotejo com 482 unidades montadas em igual período de 1996.”

Confira a edição completa da 39ª Technibus.

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