Tarifas dos EUA não devem afetar o mercado de ônibus, diz presidente da Fabus

A Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus) está confiante no bom desempenho do mercado de ônibus em 2025 e espera uma expansão de 5% em relação a 2024

Márcia Pinna e Sonia Moraes, de Brasília

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), Ruben Bisi, acredita que as tarifas impostas por Donald Trump às exportações brasileiras não afetarão o mercado de ônibus porque as fabricantes no Brasil não têm exportação direta para os Estados Unidos.

“Poderá trazer custos indiretos em relação ao combustível de petróleo, mas para alguns insumos, como o aço, que é um item importante para a produção de carrocerias de ônibus, haverá uma oferta maior ao mercado interno. Esse produto poderá ter um arrefecimento no aumento de preço porque vai haver sobra no Brasil. Não acredito que haverá redução no preço, mas uma diminuição na escalada de aumento. Tudo ainda é muito incerto”, comentou o presidente da Fabus, em entrevista exclusiva para a Technibus durante o Seminário Nacional NTU.

Segundo Bisi, os grandes produtores que exportavam para os Estados Unidos estão dando férias coletivas para ver se existe uma negociação de governo para amenizar essas tarifas ou prolongá-las como ocorreu com a China, que prorrogou a taxação para 90 dias.

Mercado

O presidente da Fabus afirmou ainda que a entidade está confiante no bom desempenho do mercado de ônibus em 2025. “No ano passado, tivemos um crescimento de 19,2% do mercado em relação a 2023 e este ano fazíamos um prognóstico de aumentar em 5% a produção nacional de ônibus”, disse Rubem Bisi.

Com essa expansão projetada, a produção poderá atingir um pouco mais de 24 mil unidades. “Até o mês de julho, os números mostram um aumento de 7% e agora, principalmente os modelos rodoviários e de fretamento, que têm uma demanda acelerada no fim do ano. A procura está crescente e a carteira de todas as associadas da Fabus está comprometida em dois meses, sendo que a safra maior do setor é o fim do ano. Por isso, acreditamos que poderemos ter esse crescimento de 5% em relação a 2024, que já foi um ano muito bom.”

Mercado de elétricos

As expectativas para o segmento de elétricos também são positivas, na avaliação do presidente da Fabus. “O mercado de elétricos estava baseado em São Paulo, que teve problemas com o fornecimento de energia das estações de recarga, e travou um pouco o processo. Mas agora está se recuperando. E há várias outras cidades incluindo ônibus elétricos em sua frota, como Goiânia. Não é um volume que se imaginava, mas várias cidades estão começando a comprar os ônibus elétricos”, afirmou Bisi.

“Estamos prevendo que a cidade de São Paulo poderá usar o ônibus a biometano. Então, o elétrico não terá a demanda projetada como estava há dois anos, mas é uma tecnologia que veio para ficar.”

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