Mercado de ônibus mantêm desempenho positivo até julho, mas apresenta desaceleração

Mesmo assim, a estimativa da Anfavea para as vendas de ônibus em 2025 aumentou de 7% para 12,8%, totalizando 25.300 unidades, ante os 22.400 veículos comercializados no ano passado

Sonia Moraes

As vendas de ônibus mantiveram desempenho positivo em julho, com 2.381 veículos emplacados, aumento de 21,3% sobre junho desde ano (1.963 unidades), mas a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) já nota uma desaceleração no crescimento devido à redução de 4,4% em relação a julho de 2024, quando foram vendidos 2.490 veículos no país. O emplacamento de 160 ônibus elétricos em julho foi considerado recorde pela entidade.

No acumulado de janeiro a julho, as vendas de ônibus atingiram 14.016 unidades, com expansão de 23,5% sobre os sete meses de 2024, quando totalizou 11.350 unidades. “Esse crescimento se manteve sobretudo pelo programa Caminho da Escola”, disse Igor Calvet, presidente da Anfavea.

No ranking de janeiro a julho de 2025, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com venda de 6.115 ônibus, 24,8% a mais que no acumulado dos sete meses de 2024 (4.900 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 3.520 veículos, 22,1% acima do mesmo período do ano anterior (2.883 unidades), e o terceiro com a Agrale, que comercializou 1.931 veículos, aumento de 3,0% sobre os sete meses de 2024 (1.874 unidades).

Na sequência, está posicionada a Iveco que vendeu 1.403 ônibus até julho, 49,7% acima dos sete meses do ano passado (937 unidades); a Scania com 444 veículos, 11,3% superior a janeiro e julho de 2024 (399 unidades), e a Volvo que comercializou 328 ônibus, com redução de 2,7% sobre os sete meses de 2024, cujas vendas somaram 337 unidades.

Produção

Na produção, o segmento de ônibus registrou crescimento de 4,3%, com 2.894 unidades, ante os 2.776 veículos produzidos em junho deste ano. Em relação a julho de 2024 (2.196 unidades), o aumento foi de 31,8%.

No acumulado de janeiro a julho, foram produzidos 18.636 veículos, com aumento de 10,5% em comparação com os 16.864 ônibus fabricados nos sete meses de 2024. De modelos urbanos, foram 14.659 unidades, 2% a mais que nos sete meses de 2024 (14.367 unidades), e de rodoviários foram 3.977 veículos, com avanço de 59,3% sobre janeiro a julho do ano passado (2.497 unidades).

Segundo o presidente da Anfavea, a produção de veículos pesados continua em alta devido ao expressivo crescimento das exportações, especialmente para a Argentina, que aumentou a participação de 35,1% em 2024 para 58,9% até julho deste ano.

Exportações

As exportações tiveram retração de 4,8% em julho, com 599 veículos, ante os 629 veículos embarcados em junho deste ano, mas em relação a julho de 2024 (393 unidades) o crescimento foi de 52,4%. No acumulado de janeiro a julho a expansão foi de 52,4%, com 3.861 veículos exportados, ante o embarque de 2.535 unidades nos sete meses de 2024.

De modelos urbanos foram exportados 2.082 veículos até julho deste ano, aumento de 60,4% sobre as exportações de 1.298 unidades de janeiro a julho do ano passado. De modelos rodoviários foram 1.779 veículos, 43,8% superior aos 1.237 veículos embarcados nos sete meses de 2024.

Em CKD (veículos desmontados) os embarques de ônibus tiveram redução de 17,1% de janeiro a julho deste ano, com 1.718 unidades, quando comparados com 2.073 ônibus exportados nos sete meses de 2024.

Revisão nas projeções

Diante do cenário de elevadas taxas de juros e instabilidade econômica e política, a Anfavea revisou suas projeções para 2025. A estimativa anterior era de que seriam emplacados 149.200 mil veículos pesados – 125.200 caminhões e 24 mil ônibus –, aumento de 1,2% sobre as 147.400 unidades em 2024, mas foi reduzida para 139.800 veículos, com queda de 5,1%, devido a redução de 8,3% nas vendas de caminhões, que ficarão em 114.500 unidades. Para o mercado de ônibus, houve aumento na estimativa de crescimento nas vendas, de 7% para 12,8%, totalizando 25.300 unidades, ante os 22.400 veículos vendidos em 2024.

Para as exportações, a Anfavea elevou as projeções para os veículos pesados, de 2,0% para 47,5%, chegando 33.500 unidades, quando comparado ao embarque de 22.700 veículos em 2024. A produção esperada de 169 mil veículos foi reduzida em 0,2%, totalizando 168.600 unidades.

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