Iêda Maria Oliveira, diretora-executiva da Eletra: “O aumento da produção e um maior planejamento da infraestrutura trarão as correções necessárias na rota da eletrificação”

A executiva espera que os ônibus elétricos continuem aumentando a sua participação no mercado e que a Eletra, empresa com produto 100% desenvolvido e fabricado no Brasil, possa continuar mantendo a indústria brasileira na liderança deste mercado

Sonia Moraes

TECHNIBUS – O que a Eletra espera para o mercado de ônibus urbano em 2025?

Iêda Maria Oliveira Esperamos que os ônibus elétricos continuem aumentando a sua participação no mercado e que a Eletra, única empresa com produto 100% desenvolvido e fabricado no Brasil, possa continuar mantendo a indústria brasileira na liderança deste mercado, ajudando a ampliar a cadeia no Brasil, com geração de empregos em solo nacional.

TECHNIBUS – O programa de renovação da frota de ônibus urbanos tende a se intensificar neste ano, com os incentivos do governo federal?

Iêda Maria Oliveira A renovação de frota necessita de incentivo do governo federal, por linhas e modelos de financiamento. Acreditamos que haverá um aumento de demanda, o que proporcionará um crescimento da indústria de ônibus, com a participação crescente dos modelos sustentáveis.

TECHNIBUS – Com este programa de renovação das frotas, a compra de ônibus elétricos será maior neste ano? 

Iêda Maria Oliveira Com certeza. Os ônibus elétricos vêm comprovando sua viabilidade operacional e econômica. Tem ganhado a preferência dos passageiros e também dos operadores que quebraram paradigmas para fazer a transição e estão muito satisfeitos com os resultados para o seu negócio: redução dos custos, aumento de passageiros, qualificação técnica das equipes e foco maior no transporte sustentável de qualidade. O passageiro reconhece e prefere este tipo de transporte.

TECHNIBUS – Quanto a Eletra espera de participação no mercado de elétricos?

Iêda Maria Oliveira Hoje somos líderes neste seguimento de tração elétrica e acreditamos que, com tecnologia confiável, comprovadamente robusta para a nossa realidade operacional, equipe de atendimento que conhece a operação e a busca constante em melhorar produto e atendimento, vamos continuar a busca pela preferência dos nossos clientes.

TECHNIBUS – Como a Eletra avalia esta fase de transição energética para um transporte público menos poluente?

Iêda Maria Oliveira Necessária, vantajosa, estratégica e irreversível.

TECHNIBUS – A Eletra está confiante de que o Brasil avançará um pouco mais na eletromobilidade no transporte público em 2025? 

Iêda Maria Oliveira Em cada conversa com os operadores que aceitaram este desafio, temos certeza de que o avanço será mais rápido do que se esperava. Quem utiliza os ônibus elétricos na sua operação será o maior incentivador desta mudança.

TECHNIBUS – Ainda há barreiras que impedem essa expansão?

Iêda Maria Oliveira Toda mudança tem seus desafios, na mobilidade elétrica não seria diferente. O aumento da produção e um maior planejamento da infraestrutura trarão as correções necessárias na rota da eletrificação.

TECHNIBUS – Como está o ritmo de produção na fábrica de São Bernardo do Campo?

Iêda Maria Oliveira Com capacidade para 1.800 ônibus por ano, este ano pretendemos atingir 50% da nossa capacidade. Já iniciamos o projeto de expansão para 3.000 unidades em 2026. Temos certeza do potencial deste mercado e da competência da indústria nacional.

TECHNIBUS – Como estão os negócios com ônibus elétricos escolares?

Iêda Maria Oliveira Aguardando política nacional que alavanque estes modelos e aumente a qualidade no transporte de alunos no país.

TECHNIBUS – Qual ônibus urbano a Eletra vai expor no Seminário Nacional NTU?

Iêda Maria Oliveira Vamos expor um modelo elétrico Midi 10m do nosso cliente Auto Viação Marechal.

TECHNIBUS – Qual a importância do seminário da NTU para a Eletra?

Iêda Maria Oliveira As pautas de discussão envolvendo o transporte urbano são prioridades para o Brasil avançar na sustentabilidade ambiental e econômica no transporte de passageiros. Não podemos mais ignorar que o debate da transição energética no transporte é uma realidade e precisa ser analisado, com foco nas pessoas e na sociedade.

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