Evento apresenta projeto-piloto para base nacional de dados sobre mobilidade urbana

O projeto vem sendo testado inicialmente em 14 cidades: Goiânia, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Florianópolis, Belém, João Pessoa, Campinas, Contagem, Uberlândia, Manaus e Campina Grande

Alexandre Asquini

Goiânia receberá, na próxima segunda-feira (28), evento que marca o lançamento do projeto-piloto da base nacional de dados públicos e padronizados sobre transporte coletivo urbano – essencialmente ônibus, com aproveitamento de tecnologias já presentes em muitas cidades brasileiras. A iniciativa é coordenada pela Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), em parceria com o ministério das cidades.

Intitulado Mobilidade em Foco: Aprimoramento do Sistema Nacional de Informações em Mobilidade Urbana (SIMU), o encontro está programado para a sede do Fecomércio. Participarão prefeitos de diferentes regiões do país e representantes do ministério das cidades e integrantes do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana. Além da apresentação do projeto-piloto, haverá o desenvolvimento de painéis de debate sobre mobilidade urbana no Brasil e visita técnica ao sistema de transporte público de Goiânia.

João Lucas Albuquerque, gerente de mobilidade urbana da FNP

Aprimoramento

Atualmente, o ministério das cidades coleta informações de mobilidade por meio de questionários manuais e declaratórios enviados aos municípios. O novo modelo pretende substituir esse processo por dados automatizados extraídos diretamente de sistemas já em uso, como GPS, bilhetagem eletrônica e arquivos de programação dos serviços (GTFS).

“Estamos propondo usar dados que já existem e que retratam a operação real dos sistemas. Isso dará ao governo federal uma visão mais clara sobre a situação dos municípios e permitirá propor políticas públicas mais bem fundamentadas”, explica João Lucas Albuquerque, gerente de mobilidade urbana da FNP.

O projeto vem sendo testado inicialmente em 14 cidades: Goiânia, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Florianópolis, Belém, João Pessoa, Campinas, Contagem, Uberlândia, Manaus e Campina Grande. A seleção levou em conta critérios como diversidade regional, porte das cidades e maturidade na gestão de dados.

“O Rio já disponibiliza seus dados abertamente. Outras cidades estão em fases iniciais. A ideia foi justamente montar um grupo com diferentes realidades para entender melhor os desafios e ajustar a proposta”, afirma Albuquerque.

Escala metropolitana

Embora o foco atual do piloto esteja no recorte municipal — com exceção de Goiânia, que já possui gestão metropolitana do transporte — há planos de expansão para o nível metropolitano.

Isso dialoga com o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana, iniciativa coordenada pelo Ministério das Cidades em parceria com o BNDES, que está mapeando projetos de transporte público de média e alta capacidade em 21 regiões metropolitanas com mais de um milhão de habitantes. A ideia é que, no futuro, os dados obtidos por meio do SIMU aprimorado também possam contemplar essa escala.

Durante o evento, serão apresentados os primeiros resultados do piloto. Já a versão consolidada, com visualização dos dados em plataforma digital, está prevista para a reunião geral da FNP, em outubro deste ano.

Com o avanço do projeto, a expectativa é fortalecer o papel do governo federal no financiamento do transporte coletivo, historicamente limitado por falta de informações confiáveis. “Sem dados estruturados, não é possível fazer política pública. Essa base é essencial para avançar de forma consistente na mobilidade urbana do país”, conclui Albuquerque.

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