Exportação impulsionava mercado em 2005

A série “Technibus na História” apresenta a 65ª edição da revista, que dava atenção especial à expansão da participação dos ônibus brasileiros no mercado externo

Marcia Pinna

Os dados mais recentes divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que as exportações de ônibus produzidos no Brasil seguem aquecidas. No primeiro semestre de 2025, os embarques somaram 3.262 ônibus, o que corresponde a um crescimento de 52,3% sobre os 2.142 veículos exportados de janeiro a junho de 2024.

O mercado externo também foi destaque na edição 65 da revista Technibus, publicada em fevereiro de 2005. Naquele ano, “a renovação do sistema de transporte coletivo urbano de Santiago, a capital do Chile, trouxe um negócio milionário aos fabricantes brasileiros de ônibus”, dizia a reportagem. Operadoras da capital chilena haviam adquirido um total de 1.667 ônibus, com chassis Volvo e carrocerias da Marcopolo, Busscar e Caio Induscar. Essa nova frota iria circular pelo sistema Transantiago, inspirado em Curitiba e no TransMilenio de Bogotá (Colômbia), e era considerado então “o projeto de transporte coletivo mais ambicioso da história do Chile”.

A Technibus 65 trazia outras reportagens sobre o mercado externo. A Comil, por exemplo, havia firmado contrato de fornecimento de 514 carrocerias à empresa Mowasalat, do Catar, no Oriente Médio — na “maior exportação de sua história.” Os chassis eram da Mercedes-Benz, montados pela DaimlerChrysler do Brasil.

Outro destaque da edição foi a Marcopolo, que mantinha forte foco nas exportações: “Apesar da queda do dólar e do aumento dos custos dos insumos, a Marcopolo continua a olhar para os mercados externos como alicerces para sua expansão nos próximos anos. O Chile era o principal mercado na época. Além da negociação com o Transantiago, a empresa havia comercializado 258 ônibus para transporte de trabalhadores nas minas de cobre. Os veículos de três modelos haviam sido desenvolvidos para atender às características das regiões das minas, com temperaturas muito baixas e constante mente sujeitos a neve.

Já a Mercedes-Benz embarcaria 12 mil ônibus em 2005. “Levantamento dos números divulgados pela Anfavea mostra que no período entre 1961 e 2004 o Brasil exportou 145 mil ônibus. A Mercedes simplesmente respondeu por 117 mil unidades, 80% do total”, relatava a reportagem. “Como a empresa há vários anos deixou de fazer ônibus monoblocos, seu produto é o chassi. E, como em grande parte dos casos, a venda é completa, ou seja, incluindo a carroceria, a marca acaba fomentando a parceria com os encarroçadores brasileiros”, informava a Technibus 65.

A Volvo também avançava em outros países. Além do Chile, a montadora fechava um importante negócio com uma operadora argentina de transporte rodoviário. “Conhecida por operar algumas das linhas mais longas da Argentina, e também por manter uma linha regular entre o país vizinho e Camboriú (SC), a Flecha Bus acaba de renovar sua frota com a aquisição de 50 ônibus novos Volvo B1OR para operar nas principais linhas da empresa.” E no Brasil, a Volvo entregara 15 ônibus articulados para o Sistema Integrado de Transporte Troncalizado (SITT) de Juiz de Fora (MG).

Apesar do destaque dado ao mercado externo, a edição de 2005 também abordava outros temas importantes, como a compra conjunta de frota por parte de empresários de Belo Horizonte e região metropolitana, que se uniram para driblar os custos. “Os empresários locais, reunidos em torno de seus sindicatos, compraram um total de 600 ônibus, todos da marca Mercedes-Benz, e que serão entregues entre março e abril, com carrocerias Marcopolo e Caio.”

Confira a edição completa: Technibus 65

Acesse: Acervo OTM Editora

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