O Brasil como polo exportador de ônibus

Em junho de 2002, a Technibus abordava as grandes vendas para mercados externos, em especial para o México, e também discutia a crise no transporte coletivo urbano

Marcia Pinna

A 54ª edição da Technibus teve como tema principal as vendas das fabricantes brasileiras para o mercado externo. “O Brasil há muitos anos está entre os maiores fabricantes mundiais de ônibus”, já dizia a revista de junho de 2002. E o México era um dos principais mercados para os produtos nacionais naquele início dos anos 2000.

Em 2002, o volume de produção de carrocerias das associadas da Fabus se reduziu, mas as exportações estavam em um bom ritmo. Entre as associadas da Fabus, as vendas externas representaram quase 40% de participação —2.102 unidades exportadas de um total produzido de 5.736 unidades. No período de janeiro a maio de 2001, as vendas para o exterior, de 2.609 unidades, corresponderam a 35% do total fabricado, de 7.327 carrocerias.

A Marcopolo se destacava como uma grande exportadora: nos primeiros cinco meses de 2002, a cada 100 ônibus brasileiros exportados, 80% levaram a assinatura da fabricante gaúcha. A empresa registrava negócios realizados com o México, África do Sul e países do Oriente Médio.

A Comil havia fechado um acordo com a Volvo Bus de México, que previa a comercialização de mil ônibus para o México em três anos. O negócio envolvia o fornecimento de carrocerias prontas e, numa segunda fase, a transferência de tecnologia e treinamento de mão de obra para montagem SKD.

A Busscar havia ampliado seu mercado externo, negócios importantes no México. “Com a ADO, importante operadora de ônibus mexicana, a Busscar, em regime de consórcio com a Scania, fechou um contrato para fornecer 119 ônibus, no valor de US$ 35 milhões”. Do total, 111 carrocerias eram do modelo Vissta Buss HI, definido pela empresa catarinense como de “padrão europeu”. Os restantes oito carros eram double-deckers, sem teto, para transporte de turistas. Os modelos de ônibus são encarroçados sobre chassis Scania K 124 e K 114.

Outra reportagem da Technibus 54 contava que a DaimlerChrysler iria antecipar a entrega de 150 ônibus
do modelo O 500 M para a Tamini & Saihati Transport Corp. (Taseco), da Arábia Saudita, parte do lote de 800 unidades negociadas no ano passado e com previsão inicial de entrega até 2004. Os veículos eram destinados ao transporte de peregrinos, num trecho rodoviário, até as cidades sagradas de Meca e de Medina.

Mobilidade-

Além do conjunto de matérias abordando as vendas externas, a edição também tratava da redução dos passageiros no transporte público, especialmente em São Paulo, onde metade dos passageiros havia migrado para outros meios de transporte. “Desde a década de 70 há vans de passageiros na cidade, mas em quantidade muito inferior à de hoje. Os motoristas autônomos espalharam-se com mais força a partir da década de 90, com a proliferação de outros tipos de trabalho informal na região metropolitana de São
Paulo”, relatava a reportagem.

E o editor à época, Eduardo Chau Ribeiro, alertava: “É preciso buscar meios inovadores para que o sistema de transporte público funcione com equilíbrio e evite os constantes transtornos causados aos usuários.” Nada mais atual…

Confira a 54ª edição da Technibus

Acesse: Acervo OTM Editora

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