O micro-ônibus rouba a cena

A versatilidade dos micro-ônibus já os colocava em lugar de destaque no mercado há mais de 20 anos e atualmente, com o programa Caminho da Escola e o aquecimento do turismo e do fretamento, o modelo mantém seu status diferenciado

Marcia Pinna

A 55ª edição da revista Technibus, de setembro de 2002, deu um destaque especial ao mercado de micro-ônibus. Versátil, o modelo pode ser usado no transporte urbano – em rotas ou horários de menor demanda -, no segmento escolar, nas operações de fretamento e de turismo. Atualmente, com a força do programa federal Caminho da Escola, o micro-ônibus está impulsionando os emplacamentos de ônibus.

Em 2002, a reportagem da Technibus abordava as mudanças no sistema de transporte público de São Paulo, desenvolvidas para combater a queda no número de passageiros transportados. O Grupo Ruas anunciava que iria colocar em operação 250 micro-ônibus até o final daquele ano, antecipando-se ao novo modelo de transporte na capital paulista.

“Com o novo plano, a cidade de São Paulo cria as linhas locais, que funcionarão nos bairros fora do centro expandido. O transporte será feito, em sua maioria, por micro-ônibus e miniônibus, que vão levar os passageiros até a estação de transferência (terminais)”, informava a reportagem.

Mostrando que o segmento segue firme em meio às oscilações do mercado, em maio de 2024, a 169ª edição da Technibus também dava atenção especial aos micro-ônibus. “Segundo a Anfavea, a participação dos micro-ônibus para uso escolar teve grande participação no total de 12.029 chassis de ônibus produzidos de janeiro a maio deste ano que, além de superar em 58,5% os 7.590 ônibus fabricados nos cinco meses de 2023, foi o melhor acumulado para o segmento de ônibus desde 2015.”

Outro assunto importante levantado pela 55ª Technibus foi a preocupação com a qualidade do transporte escolar. “Com o aumento da informalidade no transporte escolar motivado pela crescente demanda nas grandes cidades e pelo desemprego, a segurança das crianças no trajeto é o que mais preocupa pais e escolas.”

Veículos inadequados, motoristas mal preparados e não conformidade com a legislação eram os principais problemas. “A dica ainda é optar por empresas que tenham ao menos um ajudante a bordo e, sempre que possível, dar preferência a ônibus ou micro-ônibus, em vez de vans: em caso de colisão, oferecem menos risco aos passageiros”, alertava.

E a revista trazia uma novidade: a Comil havia renovado totalmente seu micro-ônibus, o Piá, lançado em 1999, e que já acumulava, em 2002, 1.100 unidades comercializadas e em operação. “O micro Piá, nessa nova fase em que entra agora, chega com profundas mudanças que englobam todos os detalhes.”

A edição 55 da Technibus trazia ainda muitos temas que merecem a leitura: reestruturação da Viação Cometa, Seminário NTU e as novidades da tradicional feira internacional IAA 2022, com a cobertura feita por Eduardo Chau Ribeiro, diretamente de Hannover, na Alemanha. E sobre uma questão que nunca perde a atualidade, é importante lembrar que naquele ano a ANTP havia elaborado uma cartilha com 15 itens para revitalizar o sistema de transporte urbano no Brasil – a maioria deles ainda é foco das discussões sobre mobilidade.

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