Sonia Moraes
A produção de ônibus atingiu em maio 2.731 unidades, um resultado 2,7% inferior aos 2.808 veículos fabricados em abril deste ano, mas 40,3% superior a maio de 2023 (1.947 unidades), segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No acumulado de janeiro a maio deste ano, a produção atingiu 12.029 ônibus, um volume 58,5% superior aos 7.590 veículos fabricados nos cinco meses de 2023. “Esse resultado representa o melhor acumulado para o segmento de ônibus desde 2015”, destacou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea, comentou que o crescimento na produção de ônibus no acumulado de janeiro a maio deste ano está muito influenciado pelos veículos do Caminho da Escola. “Até o momento já foram contratadas cerca de 5.400 unidades de ônibus dentro do programa Caminho da Escola. E temos expectativa que esse número chegue a 6.000 unidades até o fim de junho. Portanto, a gente vê o segmento de ônibus avançando de maneira bastante vigorosa, sendo o destaque no mercado de pesados em maio”, disse Freitas.
Do total de ônibus produzidos de janeiro a maio deste ano, 1.810 são modelos rodoviários, volume 63,7% superior aos 1.106 veículos feitos nos cinco meses de 2023. E 10.219 unidades são urbanos, 57,6% acima dos 6.484 veículos fabricados no mesmo período do ano passado.
Emplacamentos-
No emplacamento, o mercado de ônibus não teve bom desempenho. Em maio registrou a venda de 1.283 veículos, o que representou uma queda de 26,1% em relação a abril deste ano (1.736 unidade) e de 33,2% sobre maio de 2023, quando foram comercializados 1.920 veículos no país. No acumulado de janeiro a maio deste ano, as vendas atingiram 7.122 unidades, 25,4% abaixo dos 9.548 veículos vendidos nos cinco meses de 2023, segundo a Anfavea.
Freitas esclareceu que a queda nas vendas de ônibus em maio em relação a abril deste ano está muito ligada ao segmento de urbanos, que teve retração de 44% no emplacamento, com 471 unidades, enquanto em abril chegou a 835 veículos. As vendas de urbanos para o governo se reduziram em 97% de janeiro a maio, com 27 unidades, em relação ao mesmo período do ano passado quando foram vendidos 913 ônibus.
“Mas é importante analisar o comportamento deste setor no acumulado do ano, porque há o processo de encarroçamento com atraso, no momento de produção até os veículos serem emplacados”, destacou Freitas.
Há uma série de fatores que explicam a queda de ônibus urbanos em maio. O crescimento significativo dos pedidos do Caminho da Escola. O emplacamento desse produto leva mais tempo, pois depende de inspeção de qualidade previa e aprovação pelo FNDE”, disse Freitas. O vice-presidente da Anfavea destacou que o PAC da Mobilidade representa um ponto de atenção, pois ao mesmo tempo que pode ajudar nos volumes, é imprescindível que ele seja executado com a maior agilidade possível. “Entendemos que esses são dois fatores relevantes a serem considerados. Além disso, reforço a importância de se olhar o acumulado do ano tendo em vista a dinâmica do segmento.”
A queda de 25,4% no emplacamento de ônibus de janeiro a maio de 2024 em relação aos cinco meses de 2023 ocorreu, segundo Freitas, porque, no ano passado, todos os ônibus do programa Caminho da Escola tiveram que ser entregues até março de 2023. “Então nas 9.548 unidades de ônibus emplacados de janeiro a maio de 2023 têm 100% das entregas de modelos do Caminho da Escola.”
Freitas informou que, de janeiro a maio de 2024, foram entregues e emplacados 358 ônibus escolares, o que significa uma redução de 79% em relação ao mesmo período em 2023, quando foram entregues 1.739 unidades. “A diferença em relação às 9.548 unidades dos cinco meses do ano passado está basicamente na dinâmica do programa Caminho da Escola.”
O vice-presidente da Anfavea destacou que quando se compara o resultado deste ano ao volume de vendas de ônibus de 6.100 unidades nos cinco meses de 2021 e de 5.900 unidades no mesmo período de 2022, o setor está em um patamar interessante de emplacamento.
Ranking-
No ranking de janeiro a maio de 2023, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com venda de 3.540 ônibus, 23,1% inferior ao mesmo período de 2023 (4.602 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 1.639 veículos, 38% abaixo dos cinco meses do ano passado (2.642 unidades). E o terceiro com a Agrale, que comercializou 1.233 veículos, 16% a menos do que nos cinco primeiros meses de 2023 (1.468 unidades).
Na sequência, está posicionada a Iveco que vendeu 281 ônibus até maio, 6,8% a mais que nos primeiros cinco meses do ano passado (263 unidades); seguida da Scania com 237 ônibus vendidos, 137% acima do mesmo período de 2023 (100 unidades). E a Volvo comercializou 187 veículos no país, com redução de 57,1% sobre janeiro a maio do ano passado (436 unidades).
Exportação-
Nas exportações, o desempenho ficou negativo em maio, com 311 ônibus vendidos no mercado internacional, 30,6% abaixo de abril deste ano (448 unidades), e 26,7% inferior a maio de 2023 (311 unidades).
No acumulado de janeiro a maio, as exportações de ônibus atingiram 1.633 unidades, com aumento de 4,3% sobre os cinco meses de 2023. Ao todo, foram exportados 789 modelos rodoviários, número 37,2% superior aos 575 veículos vendidos no mesmo período de 2023. De modelos urbanos, saíram do país 844 veículos, 14,8% abaixo das 991 unidades exportadas de janeiro a maio do ano passado.
O presidente da Anfavea disse que, em junho, fará revisão sobre as projeções para todo o setor automotivo em 2024. “Aí teremos elementos suficientes para fazer alterações das estimativas para cima ou para baixo”, destacou Leite.