André Marques, presidente da Volvo Buses Latin America: “A expectativa é de crescimento de até 20% para o segmento acima de 16 toneladas em 2024, o que inclui ônibus urbanos e rodoviários”

No Brasil, a Volvo Buses entregou 700 chassis em 2023, 6,4% a mais que em 2022, e o destaque foi o modelo rodoviário, que cresceu 60% alcançando 24,2% de market share

Por Sonia Moraes

Technibus – Qual a previsão da Volvo Buses para o mercado de ônibus em 2024?

André Marques A expectativa é de crescimento de até 20% para o segmento acima de 16 toneladas, o que inclui os modelos urbanos e rodoviários.

Technibus – O que deverá sustentar esse crescimento neste ano?

André Marques Além do preço das passagens aéreas bastante elevado, que tem criado um cenário bastante positivo para o segmento rodoviário, estamos visualizando um crescimento para o urbano por causa das eleições municipais.

Technibus – Como foi o desempenho da Volvo no mercado brasileiro em 2023?

André Marques A Volvo comercializou 1.275 ônibus na América Latina no ano passado e no Brasil entregou 700 chassis, que representou aumento de 6,4% em relação a 2022 e o destaque foi o modelo rodoviário, segmento que teve crescimento de 60% alcançando 24,2% de market share no ano passado.

Technibus – A que você atribui esse crescimento de 60% para os ônibus rodoviários?

André Marques Ao sucesso da nossa plataforma de veículos Euro 6, com motor de 13 litros, transmissão I-Shift e o mesmo trem de força dos caminhões pesados da linha FH e FM. É o ônibus mais avançado tecnologicamente do mercado com nível de desempenho bastante elevado e muita economia de combustível e pode ser produzido na versão 4×2, 6×2, 8×2 com potência de 380, 420, 460 até 510 cv. Tem ainda o esforço da equipe comercial e da rede de concessionários que têm trabalhado de maneira muito próxima dos clientes.

Technibus – Os empresários estão renovando a frota de rodoviários ou ampliando para atender ao aumento da demanda?

André Marques É uma combinação das duas coisas, renovação de frota e também ampliação com a abertura de novas linhas. Há empresas que estão ampliando a sua frota para atender a necessidade de mercado. Outras, para ocupar o espaço de empresas que quebraram. O segmento rodoviário tem muita integração de empresas – compras, consolidação de grupos – esse movimento continua acontecendo de forma natural e importante e fazem com que grupos sejam cada vez mais fortes.

Technibus – Qual o impacto do marco regulatório para o segmento de rodoviários?

André Marques Acreditamos que vai impulsionar a renovação de frota, e é favorável para a indústria. O principal de tudo isso é que nós queremos um sistema de transporte que seja atrativo para o passageiro, com ônibus novo e frota nova. Acreditamos que esse é um impulso importante que vai ajudar a indústria e vamos acompanhar esse crescimento.

Technibus – O marco regulatório do transporte público, que deve ser votado neste ano, poderá ter um efeito positivo no segmento urbano?

André Marques Sim. Todo mecanismo que busque estimular a renovação de frota é extremamente importante porque estamos vindo de um período de crise, e as frotas não podiam ser renovadas porque não havia capital que proporcionasse essa renovação. O novo contexto atual e todo o mecanismo para impulsionar a renovação de frota vai ajudar.

Technibus – O chassi B320 R foi lançado no ano passado no Arena ANTP, qual o diferencial deste modelo?

André Marques É um ônibus versátil para aplicações urbana, rodoviária e fretamento. Tem motor D8K Euro 6, mais potente e econômico do que o da geração anterior e transmissão I-Shift de sétima geração, nas opções para uso rodoviário e de fretamento. Deste modelo na versão urbana a Volvo vendeu 54 unidades para dois operadores da cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Já começamos o processo de entrega das primeiras unidades que está em encarroçamento para entrar em operação nos próximos meses.

Technibus – Como estão os testes com ônibus elétrico BZL?

André Marques A Volvo Buses já finalizou a demonstração do BZL em Curitiba, São Paulo, Santiago (Chile), e em Bogotá (Colômbia). Já temos veículos disponíveis em Santiago e em Bogotá. Em São Paulo, o BZL está em fase final de homologação.

Technibus – O que falta para a concluir a homologação do BZL na capital paulista?

André Marques Agora estão sendo definidos temas técnicos específicos junto com a área de engenharia da Volvo. O veículo está em fase final os ajustes de carroceria e provavelmente neste mês de março comece a rodar na Transwolff, empresa que é credenciada para avaliar o veículo em operação.

Technibus – Com novo regime tributário de importação, a Volvo pretende fazer o BZL integramente no Brasil?

André Marques Temos planos de investimentos para a nacionalização e a integração dos veículos e parte das plataformas nascerão produzidas no Brasil. Mas como o BZL é um produto que está no início da jornada da eletrificação poderá ser produzido na fábrica de Curitiba (PR) a partir do momento que os volume se justifiquem.

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