Aumentos do diesel impactam sistema de transporte público da grande Goiânia

Para o Mova-se Fórum de Mobilidade o preço do combustível demonstra que a atual política de preços da Petrobras faz com que o sistema de transporte público perca sua capacidade de investimentos

O Mova-se Fórum de Mobilidade realizou um estudo sobre os efeitos do preço do diesel no transporte público da região metropolitana de Goiânia. De acordo com o levantamento, para o cálculo da tarifa de técnica de R$ 7,2670 a Agência Goiana de Regulação (AGR) utilizou como dado para o combustível o valor de R$ 4,139. Segundo a fórmula paramétrica contida nos contratos de concessão, o peso relativo do diesel na tarifa é de 35%. Sabendo que o acumulado do ano a alta do diesel variou em média 28,93%, o impacto na tarifa técnica da região seria de 10,13%.

O Mova-se destaca que o reajuste da tarifa é anual e tem como base os valores levantados em dezembro. Portanto, caso a Petrobras não altere a sua política de preços o impacto será maior no momento do cálculo.

Este aumento do diesel gera um aumento mensal nos custos de produção do serviço de cerca de dois milhões de reais ou seja R$ 24 milhões por ano, o que seria suficiente para comprar 48 ônibus convencionais ou 12 ônibus articulados a diesel ou até seis ônibus articulados elétricos, segundo o estudo.

Para o coordenador técnico do Mova-se, Miguel Angelo Pricinote, tal situação demonstra que a atual política de preços da Petrobras faz com que o sistema de transporte público perca sua capacidade de investimentos.

Outro exemplo, cita Pricinote, é que caso fosse repassado para o usuário este aumento a tarifa subiria para R$ 5,00 ou para manter congelada o valor o poder público iria ter que subvencionar este valor, passando a tarifa base contratual dos atuais R$ 7,26 para R$ 8,00.

A Associação Nacional da Empresas do Transporte Urbano (NTU) já alertou sobre os riscos de faltar ônibus para circular fora dos horários de pico, caso os sucessivos aumentos de custos não sejam compensados de alguma forma. “Temos cidades que já fizeram seus reajustes tarifários anuais e outras que adotaram subsídios emergenciais ou permanentes, a situação varia. Mas a grande maioria dos operadores não têm fôlego financeiro para enfrentar mais esse reajuste e terão que suspender o serviço fora dos horários de pico”, afirma Francisco Christovam, presidente da NTU.

Entretanto, para Pricinote, a região metropolitana de Goiânia não corre este risco de redução da frota, uma vez que no final de 2021 uma ação conjunto entre o governo do estado de Goiás e a prefeitura de Goiânia alteraram o modelo de remuneração dos serviços fazendo com que o mesmo ficasse equilibrado e sem pesar no bolso dos usuários do serviço.

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