Produção de ônibus cresce 53,8% no primeiro semestre de 2024

O destaque nos seis meses deste ano foram os modelos urbanos, com 12.462 unidades produzidas, do total de 14.668 chassis fabricados pelas montadoras; os rodoviários somaram 2.206 unidades

Sonia Moraes

O mercado de ônibus mantém a trajetória de recuperação e fecha o primeiro semestre com 14.668 veículos produzidos, o que representa um aumento de 53,8% em relação às 9.539 unidades fabricadas no mesmo período de 2023, segundo a Associação Nacional os Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em junho, a produção de 2.639 ônibus foi 3,4% inferior a maio deste ano (2.731 unidades), mas superou em 35,4% junho do ano passado, quando foram fabricados 1.949 veículos.

Do total de ônibus produzidos de janeiro a junho deste ano, 12.462 são modelos urbanos, 57,4% a mais do que nos seis meses do ano passado (7.915 unidades), e 2.206 são modelos rodoviários, o corresponde a um aumento de 35,8% em relação aos 1.624 veículos fabricados no primeiro semestre de 2023.

Vendas-

Nas vendas de ônibus, o resultado não foi positivo. Em junho, os 1.738 veículos emplacados foram 35,5% maior do que maio deste ano (1.283 unidades), mas em relação aos 1.774 veículos vendidos em junho de 2023 a retração foi de 2%. No acumulado de janeiro a junho deste ano a redução foi de 21,7%, com 8.860 veículos emplacados, ante os 11.322 veículos vendidos no mesmo período de 2023.

Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea, atribuiu a retração nas vendas de ônibus nos seis meses deste ano à grande concentração de entregas de veículos para o Caminho da Escola no primeiro semestre do ano passado. “Este ano, o fornecimento de modelos escolares começou agora”, explicou Freitas.

No ranking do primeiro semestre de 2024, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com a venda de 4.133 ônibus, 26,5% a menos que no acumulado de janeiro a junho de 2023 (5.623 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 2.115 veículos, 29,2% inferior ao mesmo período do ano anterior (2.987 unidades). E o terceiro com a Agrale, que comercializou 1.479 veículos, com uma redução de 14,8% sobre os seis meses de 2023 (1.735 unidades).

Na sequência, está posicionada a Iveco que vendeu 540 ônibus até junho, 71,4% acima do primeiro semestre do ano passado (315 unidades); a Scania com 321 veículos, um número 161% superior a janeiro e junho do ano passado (123 unidades). E a Volvo que vendeu 258 ônibus, com retração de 48,6% sobre os seis meses de 2023, cujas vendas somaram 502 unidades.

Mercado externo-

Nas exportações de ônibus, o desempenho também foi negativo. Em junho, o volume de 509 veículos vendidos no exterior foi 63,7% maior do que maio deste ano (311 unidades), mas ficou 25,5% abaixo de junho do ano passado (683 unidades). No acumulado de janeiro a junho deste ano, as exportações atingiram 2.142 unidades, 4,8% abaixo do primeiro semestre de 2023 (2.249 unidades).

Do total de ônibus exportados até junho deste ano, 1.028 são modelos rodoviários, 14,6% a mais que no primeiro semestre do ano passado (897 unidades), e 1.114 são urbanos, que tiveram retração de 17,6% sobre os seis meses de 2023.

Revisão das projeções-

A Anfavea revisou as projeções para o setor automotivo. O segmento de pesados (incluindo ônibus e caminhões), para o qual se esperava um crescimento de 13,6% nas vendas, com 146 mil veículos em relação aos 129 mil veículos comercializados em 2023, teve sua estimativa reduzida para 143 mil unidades, e o avanço será de 10,9%.

Para a produção, foi mantida a previsão de 160 mil unidades (133 mil caminhões e 27 mil ônibus), o que representará um crescimento de 32,1% em relação aos 121 mil veículos pesados fabricados em 2023.

Para as exportações, é esperada uma queda de 9,1%, com 20 mil veículos vendidos no exterior. Em janeiro, a estimativa era que o embarque de veículos pesados atingiria 22 mil unidades, a mesma quantidade de 2023.

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