As exportações de autopeças mantêm o ritmo de retração e atingem de janeiro a agosto deste ano US$ 5,0 bilhões, ficando 19,0% abaixo do mesmo período do ano passado, quando totalizaram US$ 6,2 bilhões, segundo dados do ministério do desenvolvimento, indústria, comércio e serviços (MDIC) consolidados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
Em agosto os embarques somaram US$ 646,2 milhões, 0,3% abaixo de julho deste ano (US$ 647,9 milhões), mas em relação a agosto de 2023 (US$ 870 milhões) a retração foi de 25,7%.
Nas importações houve crescimento de 6,1% nos oito meses deste ano com o total de US$ 13,7 bilhões, quando comparado aos US$ 12,9 bilhões de compras externas de janeiro a agosto de 2023. Em agosto a importação de US$ 1,9 bilhão foi 2,2% superior a julho deste ano (US$ 1,8 bilhão), mas em relação a agosto de 2023 (US$ 1,7 bilhão) o aumento foi de 9,0%, segundo o Sindipeças.
Com a movimentação maior das importações a balança comercial das autopeças fechou o acumulado de janeiro a agosto deste ano com déficit de US$ 8,6 bilhões, o que representou crescimento de 29,4% sobre o mesmo período de 2023, quando o resultado negativo foi de US$ 6,7 bilhões.
O Sindipeças destaca que o agravamento da recessão na Argentina tem influenciado os resultados do comercio bilateral. “No segundo trimestre, o PIB argentino recuou 1,7% frente aos três meses anteriores. Foi a quinta contração trimestral anualizada consecutiva, o que ocorre desde o segundo trimestre de 2023. Tal situação, como não poderia deixar de ser, impacta o setor automotivo no país de maneira intensa, tanto que a produção de veículos apresentou recuo de 23,7% até agosto.”
O sindicato da indústria de autopeças esclarece que a decisão do governo argentino de reduzir, a partir de setembro, a alíquota (de 17,5% para 7,5%) do imposto PAIS (Por uma Argentina Inclusiva e Solidária), que incide sobre as importações feitas pelo “cambio oficial”, só resultará em efeito prático nos quatro últimos meses do ano.
Exportações–
As exportações destinadas para 201 países nos oito meses deste ano, tem a Argentina se destaca como principal parceiro comercial do setor, com 33,9% de participação nas compras do Brasil, mas o montante de US$ 1,7 bilhão, foi 25,1% inferior ao registrado no mesmo período de 2023, quanto atingiu (US$ 2,2 bilhões). Os Estados Unidos continuam em segundo lugar no ranking de compras do Brasil com US$ 889,2 milhões, que garantiu 17,7% de participação, sendo 5,3% inferior a janeiro e agosto do ano passado.
Na sequência aparece o México, que absorveu US$ 600,7 milhões, 2,8% abaixo do mesmo período do ano passado, ficando com 11,9% do total, e a Alemanha, que teve 5,4% de participação, com US$ 271,1 milhões, queda de 38,9% sobre janeiro a agosto de 2023. O Chile aparece em quinto lugar, com US$ 152,9 milhões, aumento de 12,8% em relação aos oito meses de 2023 e 3,0% de participação nas compras de componentes, segundo o Sindipeças.
Importações–
Nas importações provenientes de 184 países de janeiro a agosto deste ano a China continua como um dos principais parceiros comerciais das fabricantes de autopeças, com US$ 2,4 bilhões, 22,8% a mais que nos oito meses de 2023, e a participação foi de 17,7% nas compras totais das empresas.
Em seguida aparecem os Estados Unidos, com US$ 1,4 bilhão, retração de 9,5% em relação aos oito meses do ano passado e 10,8% de participação. A Alemanha teve 9,2% de representatividade, com o total de US$ 1,2 bilhão, 0,2% inferior a janeiro e agosto de 2023. O Japão, que aparece em quarto lugar no ranking, teve 8,2% de participação, com US$ 1,1 bilhão, 0,2% a menos do que no mesmo período do ano anterior, e o México, quinto lugar, assegurou 7,2% de participação, com US$ 991 milhões, aumento de 2,8%.