Produção de ônibus tem queda de 32,8% em abril

No primeiro quadrimestre de 2022, os 7.328 ônibus produzidos – 6.278 urbanos e 1.050 rodoviários – ficaram 4% acima do mesmo período do ano passado, de acordo com a Anfavea

Sonia Moraes

Impactada pela falta de componentes e desorganização na cadeia global de suprimentos, a produção de ônibus registrou queda de 32,8% em abril com 1.626 veículos – 1.387 urbanos e 239 rodoviários –, em relação aos 2.421 ônibus que foram fabricados em março deste ano, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

No acumulado de janeiro a abril deste ano, porém, a produção se manteve estável, com 7.328 ônibus, aumento de 4% sobre o mesmo período de 2021, cujo volume totalizou 7.048 veículos.

Do total de chassis de ônibus produzidos até abril, 6.278 são modelos urbanos, 1,7% abaixo dos 6.389 veículos fabricados nos primeiros quatro meses de 2021. De modelos rodoviários, foram 1.050 veículos, 59,3% a mais que no mesmo período do ano passado (659 ônibus).

Vendas-

Em abril, as vendas de ônibus também tiveram fraco desempenho com 1.127 veículos emplacados, 17,3% abaixo de março deste, cujo volume de veículos licenciados atingiu 1.362 unidades. “Apesar deste setor ter sido bastante impactado pela pandemia da Covid-19, há uma certa estabilidade com o patamar de mais de mil veículos vendidos por mês”, disse Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea.

Do total de vendidos em abril, 29% são modelos urbanos, 27% escolar, 16% micro-ônibus, 15% rodoviários, 7% miniônibus e 6% de fretamento, segundo a Anfavea.

No acumulado de janeiro a abril, as vendas de ônibus atingiram 4.449 unidades, 1,2% abaixo dos 4.505 veículos vendidos no primeiro quadrimestre de 2021.

Exportações-

As exportações de ônibus em abril recuaram 23,4% em relação a março, com 305 veículos. Mas no quadrimestre, o embarque de 1.275 veículos superou em 9,6% o mesmo período de 2021, quando foram exportados 1.163 modelos.

Do total de ônibus para exportação até abril, 655 são modelos urbanos, 14,7% abaixo dos 768 vendidos no exterior nos quatro meses de 2021, e 620 são rodoviários, que tiveram aumento de 57% sobre 395 veículos exportados no mesmo período do ano passado. Em CKD (veículos desmontados), as montadoras exportaram 819 ônibus de janeiro a abril, aumento de 47,6% sobre os 555 ônibus exportados no mesmo período de 2021.

Ranking –

No ranking do quadrimestre 2022, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com venda de 2.121 ônibus, 34,6% a menos que no acumulado de janeiro a abril de 2021 (1.605 veículos). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 1.064 veículos, 24,2% abaixo do mesmo período do ano anterior (1.404 ônibus), e o terceiro com a Agrale, que comercializou 982 veículos, 20% superior aos quatro primeiros meses de 2021 (818 unidades).

Na sequência, está posicionada a Volvo que vendeu 123 ônibus até abril, 12,8% abaixo do primeiro quadrimestre do ano passado (141 veículos); a Iveco com 51 ônibus vendidos, 90% inferior ao mesmo período de 2021 (512 unidades), e a Scania com 42 veículos comercializados no país, aumento de 121,1% sobre janeiro a abril do ano passado (19 ônibus).

Desafios –

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, comentou que o setor automotivo tem grandes desafios e precisa de maior agilidade e senso de urgência em algumas questões. “Mas o resultado do setor não tem sido ruim e este talvez seja o melhor momento dos últimos meses.”

Leite destacou o crescimento das exportações, principalmente para o Chile e Colômbia, que apresenta números expressivos de ônibus. “Temos boas perspectivas para trabalhar o custo Brasil, a competitividade dos nossos produtos e aumentar as exportações. O mês de maio começa a dar sinais de crescimento das exportações que são fundamentais para a nossa indústria, principalmente neste momento de retração no consumo interno.”

Leite ressaltou que a produção é hoje o principal desafio do setor automotivo. “Estamos conseguindo manter a produção num nível estável com muito trabalho e gestão para que não falte insumos. O setor teve que se reinventar durante esse período para evitar as paralizações.”

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