Bancos de montadoras elevam em 45,2% os recursos liberados no primeiro semestre

O CDC foi responsável pelo salto de crescimento, registrando R$ 92,2 bilhões nos seis meses do ano, e a estimativa da Anef é de que os recursos liberados alcancem R$ 180,1 bilhões em 2021

Os bancos de montadoras registraram no primeiro semestre de 2021 crescimento de 45,2% no total acumulado de recursos liberados para financiamentos de veículos, totalizando R$ 92,6 bilhões, frente aos R$ 63,8 bilhões registrados até junho de 2020, em um cenário agudo de crise decorrente da pandemia de Covid-19.

Segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), os dados indicam forte tendência de alta no crescimento do mercado automotivo e, consequentemente, da economia brasileira, uma vez que o setor atua como importante termômetro.

Frente a esse panorama, a entidade elevou as projeções para o fechamento de 2021. Em janeiro, perspectiva para os recursos liberados era de crescimento de 12,5%, atingindo R$ 176,3 bilhões. Com a demonstração de fôlego no segmento no primeiro semestre, a Anef revisou a expectativa de aumento para 14,9%, comparado com o acumulado de 2020, chegando aos R$ 180,1 bilhões.

Isolado, o indicador de recursos liberados para a modalidade de crédito CDC registrou alta de 45,4% em comparação a junho do ano passado, sendo responsável pelo expressivo avanço do índice. O saldo total das carteiras para veículos também registrou um aumento significativo no primeiro semestre, somando R$ 306 bilhões, número que representa um crescimento de 16,8% no acumulado dos últimos doze meses. O leasing, que acumula perdas significativas em representatividade nos últimos anos, registrou recuo de 21,6% no semestre, com R$ 2,6 bilhões no saldo das carteiras, mas sem prejuízo para o avanço do quadro geral.

Paulo Noman, presidente da Anef, afirma que as projeções positivas para 2021 se confirmaram no primeiro semestre, instaurando um novo momento para o setor. “Os resultados mostram que o total de recursos liberados voltou a atingir níveis pré-pandemia e o saldo das carteiras mantém ritmo de alta. No entanto, há muitas variáveis agindo sobre a cadeia produtiva do setor, bem como a conjuntura nacional. Os bancos de montadora têm atuado de forma estratégica, criando soluções adequadas para cada momento, auxiliando no escoamento da produção”, avalia o executivo.

O pagamento via Finame na categoria de caminhões e ônibus encolheu 12 pontos percentuais no primeiro semestre, chegando aos 20%, mesmo patamar observado no fechamento de 2019. A modalidade encerrou 2020 representando 32% de todos os pagamentos. Historicamente estáveis, as demais modalidades mantiveram os níveis observados nos últimos cinco anos; para veículos e comerciais leves, a média dos financiamentos tem permanecido na casa dos 50% e, no caso das motocicletas, em torno de 40%.

Juros

As taxas de juros dos financiamentos já indicavam movimento de alta a partir de março, mesmo mês em que a Selic sofreu sua primeira elevação em sete meses, saindo da mínima histórica de 2% ao ano em um movimento que deve se estender no curto prazo. “No cenário de alta da taxa básica de juros, os bancos de montadora assumem posição de destaque. Pela natureza do negócio, nesse momento, nossos associados são capazes de trabalhar de forma muito competitiva, oferecendo aos clientes as melhores taxas do mercado”, diz Noman.

Com planos máximos estendidos para 72 meses, o prazo médio das concessões de crédito, ou seja, o período desde a contratação até o vencimento da última prestação, confirma previsão, tendo subido mais de dois pontos com média de 46,5 meses registrada em junho deste ano.

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