ChromaLíquido cria proteção contra vírus e bactérias para ônibus

O tecido antiviral pode ser usado em bancos, balaústres, catracas e outros itens internos dos veículos. A Viação Osasco (SP) já utiliza a solução em parte de sua frota

Márcia Pinna Raspanti

A ChromaLíquido Soluções Tecnológicas, criada pelo Grupo Chroma e a Líquido Indústria Têxtil, é homologada pela Rhodia, empresa do Grupo Solvay, para produzir tecidos que utilizem o fio de poliamida Amni® Virus-Bac OFF, com ação antibacteriana e antiviral, inclusive para os vírus envelopados, como são classificados os vírus influenza, como herpesvírus e coronavírus. Como o agente que garante esse efeito está dentro do fio, na matriz polimérica, os artigos têxteis fabricados com ele evitam a contaminação cruzada durante toda a sua vida útil, mesmo em situações extremas de uso, manutenção e higienização

De acordo com Marcello Bathe, responsável pelo mercado têxtil da Rhodia, o fio foi desenvolvido pelos pesquisadores da companhia em tempo recorde, durante a pandemia de coronavírus. “Para que tivesse sucesso nessa iniciativa, a empresa aproveitou seu amplo conhecimento e liderança no desenvolvimento de fios têxteis funcionais (que incorporam funções em sua matriz polimérica ou no que chamamos de DNA do fio) no Brasil. Já temos outros produtos nessa linha de fios têxteis funcionais e sustentáveis, que fazem muito sucesso no setor têxtil em geral. Então, ganhamos etapas no desenvolvimento desse produto e pudemos fazer os testes e validações o mais rápido possível.

O fio têxtil Amni® Virus-Bac OFF possui, em sua matriz polimérica, um agente antiviral e antibacteriano, com efeito permanente. Isso significa que a ação antiviral e antibacteriana permanecerá durante toda a vida útil do artigo têxtil, com a mesma eficácia e de maneira uniforme, mesmo em condições extremas de uso e manutenção.

“O efeito vai existir enquanto o tecido ou a roupa existirem. Um artigo têxtil feito a partir de Amni® Vírus-Bac OFF pode ser lavado quantas vezes o consumidor desejar. Tecidos confeccionados, por exemplo, pela ChromaLíquido para uso no segmento de transportes também resistem ao atrito causado pelo uso exigente e contínuo, sem nenhuma perda desse efeito de inativar os vírus e eliminar as bactérias. Essas características asseguram ao usuário desse tipo de transporte uma segurança adicional ao evitar o risco de contaminação cruzada através das superfícies têxteis”, pontua Bathe.

Ricardo Bastos, diretor de relações institucionais da ChromaLíquido, lembra que o revestimento dos bancos e outros itens internos dos ônibus têm uma vida útil superior a quatro anos, em média. “O uso do tecido antiviral reduz a necessidade da higienização no intervalo de cada viagem do veículo. As empresas precisam fazer a limpeza do ônibus, obviamente, mas há uma redução dos custos com as higienizações”, destaca.

A ChromaLíquido firmou uma parceria com a encarroçadora Caio, e espera que o produto seja adotado por outros fabricantes e por operadores de transporte público. Temos conversado com diversas empresa, inclusive de transporte rodoviário, e também com o metrô, que é regido por normas específicas. Temos dois ônibus revestidos em Florianópolis, como um projeto-piloto, mas a maior frota com o nosso produto circula em São Paulo. A Viação Osasco foi a pioneira”, conta.

Roberto Bertolini, diretor operacional da Viação Osasco, diz que a utilização do tecido está sendo feita de forma gradual por conta dos investimentos. “No sistema municipal de Osasco já estamos com 48 ônibus, de uma frota atualmente em operação de 110 veículos. Já no sistema metropolitano de São Paulo, iniciamos em novembro, com 12 ônibus. A empresa havia feito pedido de compra de veículos antes da pandemia que devem ser entregues no começo do próximo ano. Nesta compra, já foi especificado que os ônibus devem ter revestimentos antiviral e antibacteriano”, detalha.

Bertolini afirma que os custos de manutenção são semelhantes aos que a empresa já registrava com o procedimento de limpeza dos veículos. “Estamos ainda avaliando a durabilidade e necessidade de reposição, mas por enquanto ainda não é possível quantificar isso. O que conseguimos diminuir, nestes carros equipados com os tecidos antivirais, foram as intervenções ao longo da operação, nos pontos finais das linhas, com equipes fazendo a higienização entre uma viagem e outra”, explica.

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