Produção de ônibus segue em declínio

Devido à pandemia do coronavírus, as encarroçadoras fabricaram 10.499 ônibus até agosto, 29,77% a menos que no mesmo período de 2019

Sonia Moraes

Com o mercado ainda fragilizado pela pandemia da Covid-19, a produção de ônibus continua em lenta reação. Depois de registrar melhora em julho, a quantidade de veículos fabricados pelas encarroçadoras recuou 6,5% em agosto, totalizando 1.425 veículos. E no acumulado de janeiro a agosto, a retração foi de 29,77%, com 10.499 veículos produzidos, ante os 14.950 modelos entregues no mesmo período de 2019, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus). 

Do total de ônibus produzidos até agosto, a maior quantidade continua sendo de modelos urbanos, com 5.878 unidades, que representaram 55,99% do total e uma queda de 30,75% sobre as 8.489 carrocerias feitas nos oito meses de 2019. 

Os modelos rodoviários somaram 2.162 unidades, 20,59% do total e uma redução de 29,43% sobre os 3.065 veículos fabricados de janeiro a agosto de 2019. De micro-ônibus foram montados 1.907 veículos, que representaram 18,16% do total e redução de 31,3% sobre a quantidade fabricada nos oito meses de 2019 (2.777), e de modelos intermunicipais foram 552 unidades, 10,7% a menos que em 2019 (619 unidades) e uma representatividade de 5,26% em todo o setor, segundo a Fabus.

Empresas-

A Marcopolo manteve sua liderança no ranking das encarroçadoras, com 4.548 ônibus produzidos de janeiro a agosto – 2.347 unidades na fábrica de Caxias do Sul (RS) e 2.201 unidades na fábrica de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro (a Marcopolo Rio). Este número representou uma retração de 22% em comparação aos oito meses de 2019, quando foram montados 5.833 ônibus.  

A Caio Induscar, segunda colocada no mercado, produziu 2.389 ônibus de janeiro a agosto, mantendo a maior queda do setor (54,15%), quando comparado aos 5.212 veículos fabricados no mesmo período de 2019. A Mascarello, terceira no ranking, fez 1.225 carrocerias, 7,3% a menos que nos oito meses de 2019, quando fabricou 1.322 unidades.  

Na sequência, estão posicionadas a Neobus, que montou 1.002 ônibus até agosto, 29,7% menos que janeiro a agosto de 2019 (1.426); a Comil, que fabricou 809 veículos, 3,1% a mais que nos oito meses de 2019 (785); a Carbuss, que produziu 286 ônibus rodoviários da marca Busscar; e a Irizar que concluiu a montagem de 240 carrocerias, 35,3% a menos que nos oito meses de 2019 (372 unidades).  

Exportação – 

Devido ao grande impacto da pandemia no mundo, as encarroçadoras ainda não conseguiram reverter o fraco desempenho das exportações e registraram de janeiro a agosto queda de 38,52% nos embarques, que totalizaram 1.832 unidades. Enquanto no mesmo período de 2019, as empresas venderam 2.981 ônibus no exterior.

A Marcopolo exportou 922 ônibus de janeiro a agosto de 2020, redução de em 38,77% em comparação com o mesmo período de 2019, quando vendeu no exterior 1.506 veículos, e a Caio Induscar embarcou 511 ônibus, 15,4% a menos que nos oito meses de 2019 (605 unidades).

A Irizar reduziu o seu embarque em 36% até agosto, de 358 para 229 unidades, e a Comil em 15,2%, de 144 para 124 unidades.

A Mascarello comercializou no mercado externo 43 ônibus de janeiro a agosto de 2020, queda de 85,7% sobre o mesmo período de 2019, quando suas vendas externas atingiram 301 unidades. A Carbuss manteve o registro de três ônibus rodoviários da marca Busscar exportados nos oito de 2020, com o embarque de uma unidade em março e duas em abril.

A Neobus, que nos oitos meses de 2019 exportou 67 ônibus, não realizou vendas externas este ano. Segundo a empresa, depois de ser incorporada pela Marcopolo manteve o seu foco na produção de modelos urbanos leves e escolares e parou de produzir ônibus rodoviários, que eram os modelos mais exportados.

A empresa informa ainda que em 2020 passou a concentrar o seu foco em licitações e em modelos urbanos para o mercado brasileiro e as exportações ficaram com as marcas Marcopolo e Volare.

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