Comil fecha primeiro semestre com alta de 10,8% na produção

O bom resultado obtido em 2019 ajudou a empresa manter número de pedidos acima da média nos meses de janeiro e fevereiro deste ano

Em meio a um cenário de forte retração no mercado de ônibus, por causa da pandemia do impacto do coronavírus em todo o setor de transporte coletivo, a Comil conseguiu fechar o primeiro semestre com aumento de 10,8% na produção de ônibus, chegando a 597 veículos, e um incremento de 20% na exportação, com 116 veículos comercializados no exterior, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus). 

Deoclécio Corradi, presidente do conselho de administração da Comil, atribui o crescimento alcançado no primeiro semestre deste ano ao resultado positivo que a empresa obteve em 2019, com a produção de ônibus 12,9% superior ao ano anterior, o que ajudou manter a sua carteira de pedidos com um número acima da média normal nos meses de janeiro e fevereiro, que historicamente têm baixa demanda. 

“Projetávamos 2020 com crescimento de 15% na produção, e aproveitamos o bom momento da demanda no início deste ano para construir a carteira capaz de sustentar este crescimento. Porém, com os impactos do Covid-19, decidimos adiar este aumento da produção e, consequentemente, alongamos a carteira de pedidos. Esta mudança de estratégia, somada a poucas desistências de clientes, permitiu que a Comil mantivesse certa estabilidade na produção durante os primeiros meses mais críticos da pandemia”, diz Corradi. 

Antes da crise na área da saúde, a Comil havia fechado importantes contratos. No mercado externo, a grande maioria das vendas foi para os países da América Latina, mas a empresa tem recebido consultas da África e América Central. “Os modelos rodoviários foram o destaque, e a linha Invictus apresentou demanda de forma consistente. Os chassis comercializados, na sua maioria, foram de motor traseiro, fornecidos pelas principais montadoras atuantes nestes mercados”, afirma o executivo. 

Corradi relata as dificuldades enfrentadas para embarcar os ônibus durante a pandemia. “As restrições de fronteiras foram um desafio adicional, que tivemos de administrar junto com nossos clientes e a rede de representantes, pois os carros ficaram parados por um bom tempo na nossa fábrica.” 

O que também contribuiu para o desempenho favorável da Comil foram as mudanças na configuração dos veículos. “Após concluirmos a fase de investimentos, tivemos a oportunidade de apresentar ao mercado a nova linha de ônibus com poltronas executiva e semileito”, afirma Corradi.

Neste período de grandes indefinições por causa do Covid-19, as negociações no exterior vêm ocorrendo de forma lenta e gradual, mas devagar que no Brasil, segundo Corradi. “Após a reabertura mais ampla das economias no mercado externo, acreditamos em uma retomada conforme estamos observando no Brasil. Além disso, os níveis atuais do câmbio irão dar suporte à rentabilidade do nosso negócio.” Para os modelos rodoviários, Corradi trabalha com uma perspectiva também lenta e gradual. “Apostamos em uma recuperação efetiva somente em 2021”, diz o executivo.

Do total de ônibus produzidos no primeiro semestre estão os modelos Invictus (DD/HD/1200/1050), Campione 3.5 e 3.45, Versatile, Svelto e Micro Piá.

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