Mercedes-Benz projeta queda de 52% na venda de ônibus

Neste ano, o volume atingirá dez mil unidades, enquanto antes da pandemia, a expectativa era chegar próximo de 23 mil veículos

Diante do grande impacto provocado pela Covid-19, o mercado de ônibus, que havia começado o ano bastante promissor, com perspectiva de chegar a um volume próximo de 23 mil unidades vendidas, deverá terminar 2020 com queda de 52%, alcançando a venda de 10 mil unidades, segundo estimativa de Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.

“Por questões imprevisíveis decorrentes dessa pandemia o mercado de ônibus foi fortemente afetado e chegou a uma queda de 40,6% no primeiro semestre, com 5.716 veículos emplacados, ante os 9.619 veículos vendidos de janeiro a junho de 2019”, disse Barbosa. “Esse resultado é decorrente das medidas necessárias de isolamento e o grande impacto foi em abril e maio, quando a maior parte da população não utilizou o transporte por ônibus.”

De toda a retração registrada no mercado de ônibus o segmento mais afetado, segundo Barbosa, foi o escolar, com queda de 56% nas vendas no primeiro semestre (de 1.887 para 832 unidades) na comparação com o mesmo período de 2019, e o menos afetado foi o fretamento, com recuo de 20% (de 593 para 475 unidades).

“A queda no escolar ocorreu porque os 832 ônibus vendidos este ano se referem à licitação de 2018 e os emplacamentos da licitação de 2019 deve começar este mês e vai até 2021”, explicou Barbosa. “Dos seis mil ônibus autorizados pelo programa Caminho da Escola no ano passado em torno de 3,5 mil veículos devem ser emplacados neste ano.”

O fretamento, embora corresponda ao volume menor no mercado total de ônibus, foi menos impactado porque as empresas tiveram que aumentar o número de ônibus para reduzir a quantidade de pessoas por veículo e garantir o distanciamento. “Nos últimos dois meses foram vendidas mais de 150 unidades deste modelo para fretamento em várias regiões”, informou Barbosa.

Essa mudança no fretamento deve se limitar somente neste período de pandemia, que deve durar até meados de setembro e outubro, segundo Barbosa. “Porque as empresas estão se adequando para prestar serviço com segurança e qualidade.”

Em volume o segmento mais afetado foi o urbano, com 1.267 unidades a menos quando comparado com o primeiro semestre de 2019 (de 3.867 unidades a venda caiu para 2.600 unidades). O motivo dessa queda, segundo Barbosa, é porque esse segmento teve uma redução de 75% no número de passageiros no Brasil.

No segmento de rodoviários, que representa 10% de todo o mercado, a queda na demanda de passageiros foi maior, chegou a 90% em algumas linhas, mas não tem a obrigatoriedade de manter o veículo rodando sem os passageiros. “O problema no rodoviário também é grave, mas está muito mais ligado ao impacto causado pela pandemia e quando isso passar deve retomar gradativamente sem a necessidade de subsídios”, observou Barbosa.

O diretor da Mercedes-Benz afirmou que, apesar da pandemia, o mercado de ônibus vem se recuperando gradativamente. “Depois de abril – o pior mês do ano –, quando a Mercedes-Benz teve queda de 90% no faturamento, estamos conseguindo recuperar os resultados, com faturamento hoje variando entre 30% e 50%, e a estimativa é chegar ao fim do ano com 75%, voltando em 2021 aos níveis próximos de 80% a 100% do que vinha faturando”, comentou Barbosa.

No mercado de ônibus, que teve queda de 40,8% nas vendas no acumulado de janeiro a junho, com 5.626 veículos acima de oito toneladas, ante as 9.511 unidades comercializadas no primeiro semestre de 2019, a Mercedes-Benz conseguiu aumentar de 52,5% para 56,3% a sua participação, com 3.165 ônibus vendidos no país, o que representou uma queda de 37% em relação aos 4.998 veículos comercializados nos seis meses de 2019.

No segmento de urbanos a empresa garantiu 74% de participação, com 1.919 veículos emplacados. No rodoviário a sua fatia foi de 57%, com 360 veículos; no fretamento foi de 53%, com 253 unidades; no escolar de 38%, com 317 unidades, e no micro-ônibus de 29%, com 316 unidades.

“Neste momento delicado a Mercedes-Benz manteve o seu foco na segurança das pessoas e não deixou de investir em tecnologia”, comentou Barbosa, revelando que em breve a Mercedes-Benz terá novidades para o mercado.

Campanha on-line

Com o objetivo de incentivar o retorno dos usuários do transporte coletivo para o ônibus, a Mercedes-Benz lança a campanha on-line batizada de “Coletivo de Cuidados” para demonstrar como os ônibus estão preparados para voltar a transportar pessoas no novo normal, passada a pandemia da Covid-19.

A ação ressalta que o ônibus faz parte da nossa vida. “Vá de ônibus. Vá seguro. E conte sempre com a qualidade Mercedes-Benz”, diz uma das mensagens. Com essa iniciativa, a Mercedes-Benz busca também reconhecer o esforço de seus parceiros para garantir a proteção dos usuários de ônibus.

“Empresas operadoras e fabricantes de carrocerias têm se dedicado a ações de higienização do interior dos ônibus. Isso será muito importante na volta à normalidade, uma vez que já está ocorrendo, gradualmente, um aumento no fluxo de passageiros”, disse Barbosa.

O diretor da Mercedes-Benz afirmou que os impactos da Covid-19 atingiram em cheio o transporte público, em especial o modal ônibus. “Independentemente das circunstâncias sociais e econômicas, eventuais ou não, o ônibus ocupa uma função vital na mobilidade urbana, interligando todas as regiões das cidades, desde o centro e seu entorno, aos bairros mais distantes. Os moradores utilizam os ônibus para ir ao trabalho, à escola e para outros compromissos. Eles são, portanto, um meio de inclusão social e de aproximação dos habitantes com suas cidades e seus espaços de lazer e convivência, serviços, mobilidade e qualidade de vida.”

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