Quer sobreviver à crise? Então inove!

  Desde o fim de 2014, o Brasil tem vivido uma longa crise que, dia sim e dia não, e às vezes todos os dias, cisma em não arrefecer. Escândalos políticos, corrupção, desemprego e recessão têm tornado a vida dos brasileiros mais difícil e mais desanimada. O Brasil já passou por várias delas. Entretanto, esta […]

Wagner Fonseca e Paulo Gentil*

 

Desde o fim de 2014, o Brasil tem vivido uma longa crise que, dia sim e dia não, e às vezes todos os dias, cisma em não arrefecer. Escândalos políticos, corrupção, desemprego e recessão têm tornado a vida dos brasileiros mais difícil e mais desanimada. O Brasil já passou por várias delas. Entretanto, esta parece ter uma forma diferente, mais intensa, mais densa e que cobra uma mudança verdadeira e profunda no país. Logicamente, a crise atingiu todos os setores da economia nacional, e dentre eles os setores de transporte rodoviário de cargas e de passageiros. O desempenho ridículo do PIB em 2014, seguido dos resultados ainda piores em 2015 e 2016, causou um impacto direto na queda dos preços dos fretes, no aumento da ociosidade das frotas, na queda do movimento de passageiros, no aumento da pressão dos usuários sobre as tarifas de transporte público e, de quebra, também ocorreram aumentos dos custos com combustíveis, pedágios e insumos.

Caros gestores de frotas, como podemos sobreviver a este cenário? Nós dizemos a vocês com muita certeza: está na hora de começar a pensar fora da caixa! Isso mesmo, está na hora de começar a inovar. Mas, afinal, o que é inovação? Como ela pode ajudar na gestão de uma frota?

Inicialmente, para definir inovação, gostaríamos de nos apropriar mui respeitosamente das palavras de um dos gurus da administração, Peter Drucker: “Inovação não é invenção, nem descoberta. O seu foco não é o conhecimento, mas o desempenho e, numa empresa, isso significa desempenho econômico. A inovação é aplicável à descoberta do potencial de negócio e à criação do negócio. A primeira aplicação é como estratégia, para tornar o dia de hoje plenamente eficaz e para levar a empresa existente para mais perto do ideal”. Como se pode deduzir, um processo estruturado de inovação é a ferramenta necessária para garantir o aumento da vantagem competitiva da empresa, gerando crescimento da receita e do lucro, e da melhora do nível de relacionamento com os clientes. Enfim, tudo o que é necessário para sobreviver numa crise.

Inovar significa adotar novas posturas pelas empresas e depende diretamente da motivação e do engajamento de seus líderes, ou seja, é um processo que ocorre “de cima para baixo”. O processo de inovação deve estar alinhado com a estratégia da empresa (a sua empresa tem uma, não é?) e focado na criação de valor para os clientes. Inovar não é simples nem fácil, depende de um ambiente favorável que estimule a criatividade dentro das empresas. A construção deste ambiente baseia-se no incentivo à tomada de riscos, na adoção de uma cultura de tolerância ao erro, no estabelecimento de desafios para achar e resolver os problemas dos clientes, na adoção do trabalho colaborativo, no desenvolvimento do sentimento de empatia pelo usuário do seu serviço por todos na empresa e, finalmente, na experimentação. Estas principais características podem ser identificadas em empresas notoriamente inovadoras e que atuam em segmentos de mercado totalmente diversos, tais como 3M, Itaú, Google, Hospital Albert Einstein, P&G, Fiat e Laboratório Fleury.

A adoção e a prática contínua da inovação pelas empresas do setor de transportes resultam na melhoria do desempenho do negócio atual, na descoberta de oportunidade em novos mercados e ajudam na criação do futuro através de testes de novos modelos de negócio.

Portanto, amigos gestores, sem o desenvolvimento de atividades estruturadas de inovação, dificilmente suas empresas ganharão competitividade e alcançarão objetivos maiores no mercado em que atuam.

 

*Paulo Gentil é diretor de operações e inovação e Wagner Fonseca é diretor de relações institucionais da Netz Automotiva

 

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